Internos da PEVV III transformam pallets em móveis sustentáveis
Presos que cumprem pena na Penitenciária Estadual de Vila Velha III (PEVV III), no Xuri, têm encontrado no trabalho uma alternativa de recomeço de vida. Na Marcenaria Jequitibá, eles transformam materiais como pallets, madeira utilizada para armazenamento e transporte de grandes produtos, em móveis sustentáveis. Cadeiras, mesas de centro, puffs e poltronas são algumas das criações produzidas no ateliê.
Os produtos ganharam espaço para comercialização na loja do Artesanato Capixaba, localizada no Hortomercado, em Vitória. A loja é uma iniciativa do Governo do Estado – por meio da Secretaria de Estado de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Setades) – e conta com expositores de diversos municípios.
Criada em 2017, a marcenaria conta, atualmente, com o trabalho de nove internos da unidade. O trabalho passou a ser desenvolvido após uma parceria da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) com empresário do setor que contribuiu com o maquinário, a estrutura montada no local e capacitação dos detentos.
Além disso, empresas de transporte e logística contribuem com a doação de pallets, principal matéria-prima usada na marcenaria. O trabalho dos internos inclui a fase de estudo e projeto dos materiais a serem fabricados.
Exposição
A produção de móveis da Marcenaria Jequitibá também rendeu espaço na 6ª Edição da Feira Nacional de Artesanato do Espírito Santo (Artesanto), promovida em novembro do ano passado.
Remição da pena e produtividade
O trabalho realizado na Marcenaria Jequitibá garante aos internos da unidade a redução da permanência na prisão. O direito ao benefício da remição da pena está previsto na Lei de Execução Penal nº 12.433/11 e autoriza a redução de um dia da pena a cada três dias de trabalho.
“Além da remição, as vendas realizadas na loja do Artesanato Capixaba são revertidas ao Fundo do Trabalho do Preso (FTP) para que os internos recebam por produtividade. Essa é uma oportunidade oferecida ao interno para que ele tenha um ofício e possa planejar um futuro após o cumprimento da pena”, explica a gerente de Educação e Trabalho da Sejus, Regiane Kieper do Nascimento.
Inspiração para um novo recomeço
Preso há sete anos, Diogo Carlos de Souza Assis viu na lapidação da madeira uma chance de recomeçar. Ele trabalha na Marcenaria Jequitibá desde a sua implantação, em 2017, e hoje é o responsável em transmitir o ofício para os demais internos da unidade.
Vendo a marcenaria como arte e transformação, ele faz planos para o futuro e deseja abrir seu próprio atelier, com a ajuda da família, quando estiver em liberdade.
“A marcenaria é uma arte nobre. Cada peça que produzimos me dá mais inspiração para continuar. Sei que vou sair daqui com um ofício. O preço é muito alto para quem comete um crime. Mas soube aproveitar as oportunidades. Aqui, aprendi que o exemplo a ser dado é o trabalho, a honestidade. Essa capacitação engrandece muito e me faz ter novas perspectivas de futuro”, diz Diogo.
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