Mais de mil pessoas aguardam por um transplante no Espírito Santo
O Espírito Santo tem 1.096 pessoas na fila de espera por um transplante de órgãos. A maior demanda é por um rim, com 914 pessoas aguardando. Outras 133 pessoas esperam por córneas, 41 precisam de transplante de fígado e oito pessoas aguardam por um coração. Os dados são da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do Espírito Santo (CNCDO/ES).
De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes, Maria Machado, a captação dos órgãos acontece somente após constatação de morte encefálica, ou seja, quando há completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro. Esse diagnóstico é realizado por uma equipe profissional por meio de exames de imagem, exames clínicos e exames laboratoriais. Após a confirmação da morte encefálica, a família é comunicada sobre a situação irreversível e decide sobre a doação dos órgãos de seu ente.
“É possível fazer a doação de órgãos quando há morte encefálica, ou seja, os órgãos continuam funcionando, mas o cérebro não. Quando temos o diagnóstico de uma morte encefálica, uma equipe do hospital acolhe essa família e dá a ela a possibilidade de fazer a doação dos órgãos do seu ente querido”, disse a coordenadora.
Esse momento de abordagem, segundo Maria Machado, é muito delicado por devido ao sofrimento dos familiares no momento da perda. Ela destacou que quando a pessoa informa a família sobre o desejo de doar seus órgãos, a decisão é menos dolorida para os familiares. “Por isso é importante que as pessoas conversem em casa sobre seu desejo e, mesmo em um momento de dor, a família opta pela doação. Uma vida pode salvar até sete outras vidas”, destacou.
Todas as pessoas, de acordo com Maria Machado, podem ser doadoras de órgãos. Para isso, basta ter condições adequadas de saúde. “Temos doadores de órgãos ideais, como de coração, que vai até aproximadamente os 55 anos, e temos os doadores limítrofes que são avaliados a partir das condições clinicas de saúde. Uma qualidade de vida adequada reflete em melhores condições de saúde o que contribui para que, qualquer pessoa seja um potencial doador. Hoje não temos limites de idade específicos para doação. Cada caso é avaliado”, destacou.
Dados
Entre janeiro e dezembro de 2018, foram realizados 421 transplantes no Espírito Santo. Destes, 260 foram transplantes de córnea, 67 de rim, 25 de fígado, dez de coração, um transplante duplo de rim e fígado, 21 transplantes de esclera e 37 transplantes de medula óssea. O número total de transplantes realizados nesse período é 16% menor do que o registrado no mesmo período de 2017, quando foram feitos 501 transplantes no Estado.
De janeiro a dezembro de 2017, foram notificados 226 casos de morte encefálica à Central Estadual de Transplantes pela rede hospitalar. Já em 2018, foram notificados 167 casos. Percebe-se, portanto, que houve menos notificação de morte encefálica, que é a principal condição para a doação de órgãos (exceto no caso de córneas, que também podem ser doadas quando o paciente morre por parada cardiorrespiratória).
Por outro lado, houve também redução da recusa familiar, que caiu de 63% entre janeiro e dezembro de 2017 para 45% no mesmo período de 2018, demonstrando que, mesmo num universo menor de doadores elegíveis, o percentual de doadores efetivos foi maior. Apesar da diminuição da recusa familiar, ainda é preciso melhorar. A Central Estadual de Transplantes trabalha para reduzir a recusa familiar para menos de 20%, conforme recomenda a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
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