Movimento de Conscientização em favor das mulheres capixabas é lançado em Colatina
O Governo do Estado acaba de dar mais um passo em defesa das mulheres capixabas. O movimento de conscientização para o combate à violência contra a mulher foi lançado na Grande Vitória e no Sul do Estado, e nesta quinta-feira (26) chegou à região Centro-Oeste, em Colatina. O lançamento foi realizado no auditório da Câmara Municipal. A ação é conduzida pelas Secretarias de Estado de Direitos Humanos (SEDH) e de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp).
O primeiro vídeo da nova campanha publicitária já está disponível na mídia, com o foco em estimular o debate e a reflexão sobre o exercício da proteção à vida das mulheres, com o objetivo de reduzir os altos índices de violência no Estado do Espírito Santo. Durante os próximos meses serão lançados vídeos educacionais nas redes sociais, levando o debate a diferentes setores da sociedade.
O governador Paulo Hartung ressaltou a necessidade de combater a impaciência, a intolerância e substituí-las pela cultura da paz. “As instituições públicas têm suas responsabilidades. Nós não queremos nos eximir das nossas responsabilidades. O que nos traz aqui, porém, é algo que eu como governador devo dizer a vocês: governo não dá conta de tudo. Não dá conta sozinho. E este é um desafio que ou a gente traz a sociedade para este debate ou não vamos conseguir sair da quinta posição em números de mortes de mulheres. Precisamos mudar a cabeça das pessoas, pois é um problema cultural. Enquanto o homem acreditar que é dono da mulher, enquanto o homem navegar na infantilidade, enquanto ele não amadurecer para lidar bem com a coisa que é algo da vida, como a perda de uma namorada, por exemplo, esse ciclo não vai ser quebrado. Por isso precisamos trazer as escolas, as famílias, as igrejas. Estamos tentando plantar uma semente nas terras capixabas”.
O secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia, também enfatiza que a mudança da cultura, de posse sobre a mulher, precisa ser mudada. Para isso é preciso diálogo constante em diversos setores.
"Todos os setores da sociedade possuem papel importante nessa conscientização. A mudança dessa cultura retrógrada vai ‘atravessar gerações’. Não se muda do dia para a noite, mas é preciso começar já. Dentro das igrejas, nas escolas, dentro de casa. A mulher precisa ser respeitada e valorizada. Assim, com essa soma de forças, mudamos juntos o atual cenário de violência contra a mulher", destacou.
O Secretário de Estado de Direitos Humanos, Julio Pompeu, reforçou a importância das ações conjuntas para mudar o quadro de violência no Espírito Santo.
“O engajamento que pedimos da sociedade é de mulheres e homens. Este movimento se trata disso, engajamento para transformar uma cultura. Nosso Estado sustenta uma posição que não nos orgulha, de números de mortes violentas. O assédio, a discriminação no mercado de trabalho, em lugares de convivência social, ainda vemos a violência acontecer e isso tem nome: machismo. Uma bola quadrada que herdamos de gerações passadas. E embora não tenhamos criado esses valores, não devemos passar pra frente”.
A subsecretária de integração institucional da Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social (Sesp), Gracimeri Gaviorno, relembrou de quando trabalhou na Delegacia da Mulher de Colatina. Ela também ressaltou uma série de trabalhos criados para mudar a realidade de mulheres que passam por este tipo de violência.
“Tenho algumas histórias marcantes dessa época. Pelas mulheres e para evitar que estas histórias se repitam, criamos instrumentos para lidar com este problema, como o Homem que é Homem, que busca tratar o homem violento, para combater na raiz do problema. Temos também as visitas tranquilizadoras, ou a Patrulha Maria da Penha em que a Polícia Militar vai às casas das vítimas, temos também a subsecretaria de políticas para as mulheres, que tem levado informações de conscientização para as mulheres do campo. Tudo isso ainda não é suficiente, pois tem um lugar que o poder público não consegue entrar, que é dentro das casas e das relações íntimas. Então é preciso conversas nas escolas, no trabalho, para podermos avançar e este é o nosso objetivo com este movimento.
A secretária de Estado de Comunicação, Andréia Lopes, ressaltou a importância do Movimento. “O governador Paulo Hartung nos deu uma missão: debater com a sociedade e órgãos públicos diversos o problema da violência contra as mulheres para criar um movimento contra esta cultura. E daí surgiu esta campanha. E o nosso principal recado é que não dá pra ser indiferente em caso de agressão. Cada caso precisa ser combatido e para isso contamos com a atitude de cada um, que está aqui para replicar essa mensagem de combate a essas violências. Não dá mais para aceitar, precisamos dizer chega. Só quem é mulher sabe o que é passar por essas situações, mas todo mundo pode ajudar.
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