Mudanças no calendário de vacinação para as vacinas contra catapora e meningite
Pais e responsáveis por crianças e adolescentes devem ficar atentos às mudanças do Calendário Nacional de Vacinação. A partir deste ano, crianças de 4 até 6 anos de idade (6 anos, 11 meses e 29 dias) podem tomar a segunda dose da vacina varicela (atenuada), que protege contra varicela, popularmente chamada catapora. Já para a vacina meningocócica C conjugada, o Sistema Único de Saúde (SUS) ampliou a faixa etária de vacinação para 11 a 14 anos (14 anos, 11 meses e 29 dias).
A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Danielle Grillo, informa que as duas vacinas já estão disponíveis para esse público nas unidades de saúde de todo o estado, e ressalta que é importante as crianças e os adolescentes serem imunizados, principalmente aqueles que estão na idade limite para receber as vacinas, ou seja, os que estão prestes a completar 7 anos e os que já vão fazer 15 anos.
Conforme explica Danielle Grillo, a vacinação contra catapora na faixa etária de 4 até 6 anos visa corrigir possíveis falhas vacinais da primeira dose, que desde 2013 é ofertada pelo SUS para todas as crianças de 15 meses. Outro objetivo é aumentar a proteção dos pequeninos, prevenindo a ocorrência de surtos da doença, especialmente em creches e escolas.
Segundo Danielle Grillo, uma única dose da vacina contra catapora tem eficácia de 76% a 85%. Com as duas doses, a proteção fica próxima de 100%. “Uma única dose reduz a gravidade da catapora, mas não impede em todos os casos que a criança apresente a doença, mesmo na forma mais branda. Com a segunda dose, a intenção é promover uma imunidade maior e garantir que a criança não tenha catapora”, esclareceu.
Outra novidade importante no Calendário Nacional de Vacinação em 2018 é a ampliação da oferta da vacina meningocócica C conjugada para a faixa etária de 11 a 14 anos (14 anos, 11 meses e 29 dias). No ano passado, a vacina passou a ser administrada em meninos e meninas de 12 e 13 anos de idade para reforçar a proteção recebida na infância, quando a criança é imunizada com doses aplicadas aos 3 meses, aos 5 meses e com 1 ano de idade. Agora, quem tem 11 e 14 anos também será beneficiado.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Danielle Grillo, explica que o ser humano pode portar a bactéria que causa a doença meningocócica sem desenvolver os sintomas, mas ainda assim transmiti-la. Foi introduzido, então, o reforço na adolescência, para manter a proteção desse grupo por mais tempo, reduzindo também o número de portadores assintomáticos da bactéria.
Danielle destaca que, além de oferecer proteção direta ao vacinado, a vacinação dos adolescentes protege indiretamente quem não foi imunizado. Esse é um ganho muito importante para a saúde pública, na avaliação da coordenadora, considerando que a meningite C representa entre 60% e 70% dos casos de meningite que afetam a população e que se trata de uma doença grave, com rápida evolução e que pode matar, além de ter potencial epidêmico, ou seja, de afetar um grande número de pessoas simultaneamente.
HPV
Proteção também disponível nas unidades de saúde de todo o estado ao longo do ano, a vacina contra HPV deve ser tomada no período adequado para que sua ação no organismo seja mais eficaz, reforça a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Danielle Grillo. Em 2017, a vacina HPV, que já era ofertada para meninas de 9 a 14 anos de idade, passou a ser disponibilizada também para meninos de 11 a 14 anos, ampliando o público masculino infantojuvenil beneficiado.
Tanto para as meninas quanto para os meninos, a vacinação contra HPV segue o esquema de 2 doses (0 e 6 meses), ou seja, a segunda dose é administrada seis meses após a primeira dose. A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações diz que a recomendação é que o esquema vacinal seja completado o mais rápido possível e que o intervalo entre uma dose e outra seja no máximo de 12 a 15 meses para garantir uma boa produção de anticorpos.
Isso não significa, segundo Danielle, que quem estiver com doses em atraso não deva tomar a vacina. Mesmo ultrapassando o intervalo recomendado, é importante que a criança ou o adolescente compareça a uma sala de vacinação para dar continuidade ao esquema vacinal. Nesses casos, não é preciso reiniciar o esquema e tomar todas as doses novamente.
Danielle Grillo também ressalta a importância da vacinação ainda na infância e no início da adolescência, quando o indivíduo tem menos probabilidade de ter sido exposto ao vírus. “Alguns estudos demonstram que a vacina produz uma imunidade mais robusta em faixas etárias menores, que ainda não tiveram contato com o HPV, garantindo uma proteção até dez vezes maior do que em quem já foi exposto ao vírus”, esclareceu.
Tendo em vista que são os meninos que transmitem o HPV para as meninas, a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações afirma que é importante garantir também a saúde deles. “Os pais não devem vincular a vacinação contra HPV à iniciação do filho ou da filha na vida sexual, mas observar todos os benefícios que a vacina oferece ao futuro da criança e do adolescente”, argumenta Danielle.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações destaca que, além de evitar que os meninos transmitam HPV para as meninas não vacinadas, pois é pelo contato com o homem que a mulher adquire o vírus, a vacina previne neles os cânceres de pênis, ânus, garganta e boca, além de verrugas genitais. Já nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero, bem como contra os cânceres de vulva, vagina, ânus, boca, garganta e verrugas genitais.
Em 2017, o percentual de meninas vacinadas no Espírito Santo com a primeira dose da vacina HPV foi de 89,34% e com a segunda dose foi de 62,94%. Entre os meninos, a cobertura vacinal registrada foi de 30,51% na primeira dose e 6,09% na segunda dose. Considerando que a meta tanto para homens quanto para mulheres é uma cobertura vacinal de 80%, os números mostram que ainda é preciso avançar bastante na vacinação, principalmente do público masculino.
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