23/08/2010 21h24 - Atualizado em 22/01/2019 14h20

NA IMPRENSA NACIONAL - O que a atual safra de governadores comprometidos com as boas práticas tem a ensinar a quem assumirá o mandato em janeiro de 20ll

Boa Gestão Também Rende Votos
O que a atual safra de governadores comprometidos com as boas práticas tem a ensinar a quem assumirá o mandato em janeiro de 20ll

Revista Veja
Edição 25 de agosto 2010
Leonardo Coutinho

Só no início desta década foi que a palavra "gestão" passou a integrar o vocabulário dos políticos brasileiros. E. desde então, tornou-se indispensável para o sucesso de qualquer mandato executivo. A nova safra de gestores públicos percebeu que administrar a máquina estatal com a eficiência da iniciativa privada - mais a aplicação de conceitos como responsabilidade fiscal e meritocracia - rende bons resultados e aprovação popular também. "Descobriu-se que boa gestão dá votos". diz Erik Camarano, do movimemo Brasil Competitivo. Em alguns estados, decisões antes tomadas com base em pressões paroquiais cederam espaço àquelas calcadas exclusivamente em análises técnicas. Com menos desperdício e mais receita, seus administradores melhoraram serviços como saúde, educação e segurança. E sobrou dinheiro para premiar os servidores que colaboraram para a boa performance da administração. Nos estados que adotaram essas práticas, os investimentos vicejaram, a economia cresceu e os empregos apareceram, como demonstram os exemplos que se seguem. São lições que podem, e devem, ser aproveitadas pelo governo federal - e. claro, pelos governadores que assumirão no início do próximo ano. Mais da metade deles deve ser eleita já no primeiro turno.

RESPONSABILIDADE FISCAL O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung. do PMDB, tomou posse em 2003 com a promessa de acabar com a farra fiscal que grassava no estado. Ele descobriu que o principal problema das contas capixabas eram as renúncias de impostos concedidas a setores empresariais com influência no governo. Essas isenções corroíam o caixa oficial e criavam distorções na economia local. Hartung as extinguiu, o que levou a arrecadação a dobrar nos oito anos de sua gestão. No Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, do PSDB, combinou um corte de 600 milhões de reais nas despesas com a elevação de 40% na arrecadação. Para evitar que os serviços públicos sofressem prejuízo, Yeda concentrou os cortes no custeio da máquina estatal. Para aumentar a receita, focou no combate à sonegação, instituindo metas a ser cumpridas pelos fiscais.

DÉFICIT ZERO Durante catorze anos, o governo mineiro acumulou saldos negativos. Em 2003, assim que assumiu o estado, o tucano Aécio Neves cortou despesas, fixou tetos salariais, extinguiu secretarias e reduziu em 20% os gastos com funcionários. Mais: suspendeu os pagamentos das dívidas do governo. Quem aceitou dar descontos ao estado foi pago com prioridade.Quem não topou foi para o fim da fila. Duríssima, a medida ajudou Minas a sair de uma situação financeira calamitosa para zerar seu déficit público em apenas dois anos. Em 2005, o sucesso do método Aécio Neves foi testado e com êxito por Jose Serra na prefeitura de São Paulo.

PRÊMIO AO MÉRITO Em Minas, Aécio Neves vinculou as promoções de servidores ao seu desempenho. Em vez de dar aumentos lineares a todos os funcionários, criou um sistema que premia os mais produtivos. Em São Paulo. José Serra, do PSDB, premiou com aumento os melhores professores. Pernambuco só mantém ou promove os diretores de escolas que cumprem metas de aperfeiçoamento da performance de seus alunos. Em Sergipe, o governador Marcelo Déda, do PT, adotou sistema semelhante para os diretores de hospitais. Quem não cumpre as metas perde a função.

BOM AMBIENTE PARA OS NEGÓCIOS O governador de Pernambuco. Eduardo Campos, do PSB, é um privilegiado. Assumiu um estado com as contas saneadas pelo seu antecessor, Jarbas Vasconcelos, do PMDB. Com a casa arrumada, dedicou-se a atrair mais investimentos. Hoje, seu cartão de visita é o Porto de Suape. As empresas que se instalaram lá transformaram a região em um dos principais polos industriais do país. No Espírito Santo, graças ao aumento da arrecadação, Hartung pôde ampliar os investimentos públicos. Há sete anos, o estado só dispunha de 1% de sua renda para esse fim. Hoje, repassa 16% do orçamento para obras públicas. O desemprego caiu e metade da população que estava abaixo da linha da pobreza, 420 000 capixabas, saiu da miséria.

COMBATE À CRIMINALIDADE A taxa de homicídio do Grande Recife caiu 36% em três anos. O sucesso da política de combate à criminalidade no estado foi também fruto da boa gestão. As metas do programa são acompanhadas e revistas semanalmente e os bons policiais são premiados - por exemplo, com gratificações no valor das armas que eles apreendem de criminosos (e que poderiam ser comercializadas por maus policiais). Na cidade de São Paulo, o governo de José Serra investiu no planejamento e focou no crime organizado. A taxa de homicídios caiu 51% em quatro anos. Minas Gerais associou-se à iniciativa privada para ampliar o sistema prisional. Sem tirar um centavo dos cofres, criou mais 3000 vagas nas cadeias.

COM REPORTAGEM DE ANDRÉ VARGAS,IGOR PAULIN,JÚLIA DE MEDEIROS,LAURA DINIZ,ROBERTA DE ABREU LIMA E VINICIUS SEGALLA



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