10/09/2010 14h45 - Atualizado em 21/01/2019 16h56

NA IMPRENSA NACIONAL - Onda de euforia

Matéria publicada na Revista Época Negócios nesta sexta-feira, dia 10 de setembro de 2010

Estão programados R$ 34 bilhões em investimentos e mais de 90 projetos estratégicos para o Espírito Santo. A capital, Vitória, concentrará grande parte deste boom econômico

Por Mariza Cavalcanti

As descobertas no campo de Golfinho, em 2006, levaram o Espírito Santo à condição de segundo maior produtor nacional de petróleo. Foi a partir dele que o estado ultrapassou o Amazonas, então vice-líder das reservas brasileiras. Mais do que prestígio, a conquista rendeu polpudos royalties e atraiu para o Espírito Santo dezenas de projetos relacionados às atividades petrolíferas. Agora é o parque das Baleias quem leva uma nova onda de euforia aos capixabas. O reservatório, composto por nove poços na camada do pré-sal, deverá dobrar o volume de óleo e gás do estado e render bilhões em investimentos. Somente a Petrobras promete aplicar R$ 34 bilhões em projetos de infra-estrutura offshore. Um exemplo foi dado no final de julho quando a estatal anunciou a construção de um polo gás-químico para produzir 18 milhões de metros cúbicos de gás natural. O empreendimento deverá ser erguido na cidade de Linhares. Há ainda o Gasoduto Sudeste Nordeste (Gasene), que corta 17 municípios capixabas, e as novas instalações da Petrobras em Vitória, orçadas em R$ 486 milhjões. "Estamos nos preparando para dar um grande salto social e econômico a partir deste ano", diz Márcio Félix, secretário estadual de Desenvolvimento.

De Golfinho a Baleia o que se viu no Espírito Santo foi um dos maiores índices de crescimento do país. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a evolução industrial do Estado no primeiro trimestre de 2010 foi de 44%, bem acima da média nacional, de 18%. E os números tendem a subir. A Shell já comunicou que está avaliando todas as áreas possíveis na costa capixaba e a OGX, petrolífera de Eike Batista, planeja começar a furar poços em águas profundas na região em 2011. Tem mais. Um estudo conduzido pelo governo do Estado em parceria com a Petrobras, a consultoria Macroplan e a ONG Espírito Santo em Ação mapeou 93 novos projetos estratégicos para o estado até 2025. Vão desde infraestrutura offshore até as questões de mobilidade e planejamento demográfico e habitacional. "Só com um crescimento harmônico, sustentável, todos poderão ser beneficiados", lembra o economista Orlando Caliman, da Espírito Santo em Ação. Outra iniciativa é a ampliação dos contratos de serviços com pequenas, médias e grandes empresas locais para as atividades nos campos do pré-sal. "Nos últimos meses, investimos grandes recursos na preparação de equipe e na melhoria contínua de processos, máquinas, equipamentos e instalações", afirma Wagner Rocha, diretor da União Engenharia, fornecedora de equipamentos para plataformas. "Temos de aproveitar o momento para desenvolver as empresas daqui, que gerarão emprego e renda para os diversos municípios do estado".

Para Vitória vem se voltando grande parcela deste desenvolvimento. Pipoca pelos bairros da cidade a abertura de escritórios de empresas de diversas áreas – particularmente para atender à expansão que já vem sendo gerada pelo setor petroquímico e que tende a evoluir com o Pré-Sal. O recém-lançado Affinity Home Work Mall, empreendimento com 255 salas comerciais localizado numa das áreas mais privilegiadas da cidade, a Enseada do Suá, é umbom exemplo desta demanda. “Vendemos tudo em seis horas”, comemora Evans Edelstein, diretor imobiliário da Lorenge, contrutora capixaba que assina a obra. As salas do Affinity, com a área útil variando entre 28 m² a 36 m², saem por R$ 150 mil, no mínimo – ou cerca de R$ 5,3 mil o metro quadrado (superior a bairros como Brooklin ou Pinheiros, em São Paulo).

O comércio também se sofisticou. O maior centro de compras da cidade – o Shopping Vitória – prepara um projeto de expansão que prevê investimentos de R$ 20 milhões e abertura de 23 lojas. “Aumento de emprego e renda estimula o consumo” afirma Américo Buaiz Filho, presidente do Shopping Vitória. Assim como o aumento de população. Embora a área da Grande Vitória represente apenas 3,2% da área total do Estado, a região concentra hoje 50% da população do Espírito Santo. Com tal explosão demográfica, a previsão é de que, dos 320 mil moradores atuais, Vitória venha a comportar, em 30 anos, aproximadamente 1,5 milhão de habitantes. Será necessário construir moradia para esse contingente. Para o consultor imobiliário José Luiz Kfuri, o problema é a escassez de terrenos, uma vez que Vitória tem um território limitado. Este fenômeno se contrapõe ao interesse crescente de empresas que têm instalado as sedes ou escritórios na cidade. O resultado é a sobrevalorização dos imóveis. “A tendência é que tenhamos de pagar caro para morar aqui e poderemos chegar próximo ao valor do metro quadrado de Manhattan”, comenta Kfuri.



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