O GLOBO
18 de novembro de 2010
Espírito Santo perto do Rio em renda
Liana Melo

PIB 'per capita' fluminense é de R$ 21.621. Capixaba, de R$ 20.230

Ainda que a descentralização econômica do país venha se aprofundando, cinco estados continuaram responsáveis por 66,2% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país) nacional em 2008. São eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. E, na lista das maiores rendas per capita do país, o Espírito Santo vem avançando e já se aproxima do Rio.

A renda média capixaba era de R$20.230,85 em 2008, enquanto a fluminense era de R$21.621,36. A distância começou a encurtar em 2006, quando os capixabas tinham renda média de R$15.234,76 e, no Estado do Rio, o PIB per capita era de R$17.692,59.

Em 2008, foi o Piauí quem liderou o crescimento do PIB, impulsionado pela expansão da fronteira agrícola e, especialmente, pelo incremento da soja no estado. Enquanto a média de crescimento nacional foi de 5,2%, o Piauí cresceu 8,8%. No Estado do Rio, o crescimento econômico foi de 4,1%. Em São Paulo, de 5,9%.

Crescendo abaixo da média, a Região Sudeste perdeu 0,4 ponto percentual de participação no PIB nacional, saindo de 56,4% para 56%. A Região Norte avançou, de 5% para 5,1%, assim como a Região Centro-Oeste, de 8,9% para 9,2%.

"O processo de desconcentração, que começou a ser registrado em 1995, só vem sendo aprofundado", avalia Frederico Cunha, gerente da pesquisa.

Os economistas Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e Eduardo Velho, da Corretora Prosper, concordam com a avaliação de Cunha. Ambos acrescentam que a estabilidade da economia e a adoção de políticas sociais, como o Bolsa Família, estão contribuindo para essa descentralização.

"A tendência é que os estados mais ricos continuem crescendo menos e os mais pobres cresçam mais", diz Neri.