03/05/2019 21h59 - Atualizado em 04/05/2019 13h43

Palácio Anchieta recebe mostra fotográfica que retrata mulheres vítimas de violência

Foto: Hélio Filho/Secom

O governador do Estado, Renato Casagrande, e a primeira-dama, Virgínia Casagrande, abriram na noite desta sexta-feira (3) a exposição “Apolônias do Bem”, no Palácio Anchieta, em Vitória. A mostra fotográfica retrata mulheres que tiveram a dentição afetada por agressões. As imagens revelam o antes e depois do tratamento integral e também gratuito às vítimas da violência doméstica. A exposição vai até o dia 30 de junho e está aberta à visitação todos os dias, incluindo finais de semana e feriados.

A mostra fez parte do encerramento do evento “Empoderamento da Mulher: Mulher líder de si mesma”. A abertura da exposição contou  com a palestra da escritora Gina Strozzi, autora do livro que inspirou o nome do evento.

Também estiveram presentes, a vice-governadora Jaqueline Moraes; as secretárias de Estado, Nara Borgo (Direitos Humanos), Lenise Loureiro (Gestão e Recursos Humanos), Cristina Engel (Ciência e Tecnologia) e Flavia Mignoni (Comunicação); o secretário de Economia e Planejamento, Álvaro Duboc; o procurador-geral do Estado, Rodrigo de Paula; e o presidente do Banestes, Amarildo Casagrande.

Um dos objetivos da exibição é aumentar a participação de odontólogos nos projetos que acontecem no Estado. Hoje são 549 dentistas voluntários da Turma do Bem, atuando diretamente nas ações Dentistas do Bem e Apolônias do Bem.

O governador Casagrande elogiou a iniciativa e defendeu a formulação de políticas públicas voltadas para as mulheres. “A gente vive numa sociedade muito tensa e vê um embate permanente em rede social, na sociedade. Uma intolerância muito grande, que caminha na pregação da violência. Cultura, educação e redução da impunidade são fundamentais para combatermos a violência contra as mulheres. Quem comete um ato de violência contra a mulher precisa saber que não vai ficar impune”, advertiu.
 
Ele reforçou o compromisso no combate a esse tipo de violência como uma política de Estado: “É inaceitável que alguém tire a vida de uma mulher, sobretudo, por ela ser uma mulher. Uma prática inaceitável. Precisamos de políticas públicas voltadas para as mulheres. Gostaria de fazer um elogio ao projeto Turma do Bem, que acompanho há muitos anos. É um trabalho voluntário, extraordinário e que merece todo o nosso elogio e apoio”, disse.

A vice-governadora Jaqueline Moraes iniciou sua fala dizendo que o voluntariado é uma das chaves para mudar o mundo porque “muita gente pequena, fazendo coisas pequenas, em lugares pequenos, podem mudar o mundo”. A partir da citação, ela discorreu sobre a evolução da mulher na sociedade, seu papel submisso perante o homem, mesmo com o seu crescente ingresso no mercado de trabalho.

Segundo Jaqueline Moraes, existem vários tipos de violência doméstica contra a mulher, podendo ser tanto físicas, emocionais ou psicológicas, mas todas elas causam o subjugamento feminino. “A pergunta é: nós conversamos com os homens em pé de igualdade e de respeito para ocuparmos os espaços privados? Isto precisa ser divulgado e conscientizado para diminuirmos a violência doméstica, fato este bem apresentado aqui, quando trazemos para o Palácio Anchieta o projeto ‘Apolônias do Bem’, que retrata a reabilitação de mulheres vítimas de violência doméstica”, lembrou.

Apolônias do Bem

O projeto leva esse nome em homenagem à personagem histórica que viveu em Alexandria, no Egito e morreu no ano de 249 d.C, após ser presa, espancada e ter seus dentes arrancados. A ação depende da iniciativa privada e teve uma redução significante dos tratamentos devido à crise econômica do País. Juntos, para espalhar sorrisos e mudar vidas é a aposta do projeto.

No Espírito Santo, o projeto teve início em 2014, nas cidades de Vitória e Vila Velha, por meio de uma parceria entre a Turma do Bem e o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), com o objetivo de atender dez mulheres integradas ao programa Botão do Pânico. Em 2016, o atendimento se estendeu a Marataízes, Guarapari, Cachoeiro de Itapemirim, Linhares e Piúma, em parceria com o Ministério Público Estadual (MPES). Cerca de 20 mulheres já foram atendidas no Estado.

Desde 2012, quando começou a ser desenvolvido, o projeto Apolônias do Bem já garantiu atendimento a mais de mil mulheres cisgênero e transgênero de todo o Brasil. As beneficiárias são selecionadas por meio de triagens, passando por um rápido exame oral, não invasivo, e respondem ao OHIP (sigla em inglês, que significa Perfil de Impacto de Saúde Oral), uma ferramenta científica que mede o impacto da saúde bucal na qualidade de vida de uma pessoa.

São priorizadas as mulheres com problemas odontológicos mais graves e OHIP mais alto, que sustentam a família e retomaram os estudos ou estão fazendo cursos de capacitação profissional.

Os tratamentos são oferecidos por meio de uma rede de dentistas voluntários, que realizam todos os procedimentos que as mulheres necessitam, independentemente da complexidade apresentada. Uma vez no programa, as beneficiárias e os profissionais que as atendem são acompanhados pelos funcionários da Turma do Bem até que os tratamentos se encerrem.

Diante dos vários casos de agressão contra as mulheres, a vice-governadora e a primeira-dama Virgínia Casagrande – que é dentista aposentada –, resolveram focar em dar visibilidade ao projeto no Espírito Santo, como forma de ampliar o tratamento integral e também gratuito às vítimas da violência doméstica.

Serviço:
Mostra Fotográfica: “Apolônias do Bem”
Aberta à visitação até o dia 30/06
Horário: 9h às 18h de segunda a sexta-feira. Sábado, domingo e feriados de 9h às 16h
Local: Palácio Anchieta (Praça João Clímaco, 142 – Cidade Alta – Centro – Vitória)

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