Parque Estadual Paulo César Vinha realiza ações de preservação para comemorar o Dia da Floresta de Restinga
Para comemorar o Dia Estadual da Floresta de Restinga, celebrado nesta quinta-feira (28), o Parque Estadual Paulo César Vinha (PEPCV), localizado em Guarapari, realizou uma ação de conscientização e preservação no local. Os participantes plantaram mudas de espécies nativas da vegetação e recolheram lixos e resíduos ao longo da trilha da Restinga, a principal do PEPCV, que dá acesso ao mar e à Lagoa de Caraís, e tem variações da vegetação de restinga.
A restinga é um ecossistema costeiro, associado ao bioma da Mata Atlântica, que ocorre ao longo de áreas litorâneas, e é fundamental para o equilíbrio ambiental e proteção das praias. A ação contou com a participação de servidores do Parque, da sede do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Guarapari e da Polícia Militar Ambiental.
“Gostaria de agradecer a presença de todos, servidores e parceiros. É muito importante estarmos aqui nesta data tão representativa, não só pela importância da dela em si, mas para termos a oportunidade de conhecer ainda mais o parque, pois quanto mais a gente conhece, mais a gente cria vínculo, protege e preserva”, destacou o diretor-presidente do Iema, Alaimar Fiuza.
“O Parque Estadual Paulo César Vinha abriga uma das mais ricas áreas de restingas ainda preservadas no Estado. Comemorar esta data com uma ação de preservação nos lembra da importância do ativismo ambiental para a proteção da floresta de restinga, que sofre, principalmente, em processos de ocupação dos litorais”, ressaltou o gestor do PEPCV, Flávio Guerra.
A bióloga do parque, Cláudia Carvalho Melo, orientou os participantes quanto às atividades do dia. “As ações de plantio de mudas e recolhimento de resíduos são um trabalho contínuo e permanente do PEPCV. Os resíduos são recolhidos, pois causam impacto e as mudas são plantadas em áreas degradadas, como forma de regenerá-las, evitar erosão e melhorar o embelezamento local. É um trabalho pequeno, mas com muita importância no conjunto de ações recuperação de áreas degradadas aqui”, explicou.
Além de ser um ecossistema rico em espécies de fauna e flora endêmicas, as restingas exercem uma série de funções socioambientais, entre elas a fixação de dunas litorâneas, protegendo o litoral de eventos erosivos das ondas e marés. A vegetação atua como barreira física, mas também fornece e fixa sedimentos que auxiliam na recuperação das praias e na formação das ondas e dos bancos de areia. Também têm valor ornamental e paisagístico, contribuindo para o turismo contemplativo.
Criado em 05 de junho de 1990, o Parque Estadual Paulo César Vinha, localizado em Guarapari, tem como principal objetivo resguardar um exuberante ecossistema de restinga, constituído por uma variedade de ambientes naturais. A data de 28 de abril, inclusive, foi escolhida para ser o Dia da Restinga por ser o dia da morte do ativista ambiental Paulo César Vinha, que se destacou na luta pela preservação da Mata Atlântica e dá nome ao parque desde 1994.
O Parque é formado por 1.500 hectares, sendo circundado pela Área de Proteção Ambiental (APA) de Setiba. Com 12.580 hectares, a APA foi criada em 1994, abrigando uma porção terrestre e marinha. O PEPCV tem ambientes como praias, costões rochosos, lagoas, alagados, dunas e diferentes fitofisionomias da restinga, constituídas por comunidades herbáceas, arbustivas ou arbóreas que formam um mosaico com diferentes formações vegetais.
Em atenção à flora, a restinga do Parque é uma das mais ricas em espécies de angiospermas (flora) do Brasil, sendo considerada uma área prioritária para a conservação da biodiversidade. Em um estudo das angiospermas do PEPCV, realizado pela pesquisadora Julia Guarnier em 2019, foram listadas 634 espécies, reunidas em 367 gêneros e 111 famílias de angiospermas, o que representa 45,5% das espécies citadas para as restingas capixabas.
A fauna das restingas é rica em insetos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, ocorrendo no PEPCV espécies endêmicas e ameaçadas de extinção.
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