Páscoa: Estado comemora crescimento na produção de Cacau
A Páscoa está chegando e o Governo do Estado tem um motivo a mais para comemorar a data. Isto porque, a produção de cacau no Espírito Santo cresceu 57,7%, conforme dados divulgados pelo Instituto Jones do Santos Neves (IJSN), referentes ao Produto Interno Bruto (PIB) 2018. O cacau é a principal matéria prima dos ovos de Páscoa, barras de chocolate, bombons e demais produtos vendidos nesse período.
Um dos motivos para o crescimento da produção cacaueira no Estado é o investimento que a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) tem feito para melhorar a distribuição e o armazenamento de água.
“Nossa maior preocupação é fazer a água chegar até o produtor. O Cacau e outras culturas foram beneficiadas diretamente pelo Programa Estadual de Construções de Barragens. Apesar do clima ter dificultado o trabalho dos produtores nos últimos anos, estamos extremamente felizes com o resultado obtido na produção de cacau”, destacou o secretário.
Outro fator importante para o crescimento do cacau, segundo Foletto, é o trabalho desenvolvido pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). “Se hoje o cacau capixaba é resistente a pragas e de alta qualidade, o mérito é dos técnicos e especialistas do Incaper, que sempre estão ao lado dos produtores rurais, desenvolvendo técnicas de plantio, orientando e capacitando”, afirmou.
A cacauicultura ocupa uma área cultivada de 16.883 hectares, no Espírito Santo, com uma produção de 10.917 de amêndoas. Os dados do Boletim da Conjuntura Agrícola do Espírito Santo de 2019 registram um crescimento de 6,4% na produção em relação a 2018.
O cacau é cultivado em mais de 2.800 propriedades, distribuídas em 42 municípios, sendo o município de Linhares o maior produtor estadual (censo IBGE, 2017). A cidade da região norte chega a produzir mais de 12 mil toneladas/ano, com produtividade em torno de 35 arrobas/hectare.
Dentre os sistemas de cultivo de cacau no Estado, estão: o cabruca, que possibilita a convivência da planta com áreas de proteção ambiental; os Sistemas Agroflorestais (SAF), que proporcionam o convívio com outras plantas cultivadas comercialmente; e o cultivo a pleno sol ou monocultivo, de alta produtividade, porém, mais suscetível à proliferação de pragas e doenças.
O Incaper desenvolve atualmente, na região norte do Estado, junto com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), uma pesquisa sobre o cultivo do cacau a pleno sol. O estudo pretende levantar as características fitotécnicas e fitopatológicas de diferentes genótipos de cacaueiro em sistema alternativo de cultivo.
Foco na cacauicultura
O Governo do Estado lançou em novembro de 2012 o Programa de Revitalização das Áreas Produtoras de Cacau do EspiritoSanto, com base no PEDEAG 2007-2025.
De forma mais intensificada, desde 2008, o Incaper trabalha para aprimorar os conhecimentos e atender o produtor de cacau. O Instituto participa atualmente do Comitê Gestor do Programa Cacau Sustentável, que foi instituído em 2015, para gerir e apoiar a atividade cacaueira de base familiar, resgatar a cultura local e preservar a mata atlântica.
Além desse comitê, o Incaper também atua em diversas ações municipais, estaduais e também no Grupo Cocoa Action Brasil, uma ação da Word Cocoa Foundation, que integra representantes da cadeia produtiva dos estados que produzem cacau no Brasil.
As parcerias com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), associações, cooperativas, prefeituras e organizações privadas incentivam produtores a aprimorar as técnicas de produção. Isso acontece no plantio de novas áreas, no controle de pragas e doenças, manejo de irrigação, adubação até na verticalização da produção.
Cacau é gostoso, diminui o estresse e faz bem para o coração
O produto mais conhecido é o chocolate, mas a polpa do cacau também é deliciosa e pode ser consumida em vitaminas e sucos.Além do sabor, a fruta apresenta diversos benefícios para o nosso corpo, diminui o estresse e faz bem para o coração.
De acordo com a especialista em nutrição clínica, atuante na Linha de Cuidado da Pessoa com Doença Renal Crônica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Raiany Boldrini Christe Jalles, o cacau tem diversas substâncias nutricionais como quercetina, rutina, ácidos ferúlico, cafeico e cumárico, além de catequinas, metilxantinas, polifenólicos e flavonoides, que colaboram para a saúde oferecendo efeitos antioxidantes.
“Um exemplo disso são os flavonóides, que possuem a propriedade vasodilatadora, facilitando a circulação sanguínea e colaborando para o controle da pressão arterial”, explicou.
Segundo a especialista, outro mecanismo de ação do cacau é a prevenção de doenças cardiovasculares através das suas gorduras, já que 33% delas são compostas por ácido esteárico, o que colabora com o controle do colesterol sanguíneo.
“O cacau também pode colaborar na diminuição do estresse e ansiedade por colaborar, tanto na produção quanto na liberação de endorfinas, um hormônio que promove a sensação de prazer e bem-estar. Alimentos prazerosos, que sejam agradáveis ao paladar, enviam uma mensagem via sistema límbico, desencadeando reações que promovem a liberação de beta-endorfinas. O cacau é rico em triptofano e feniletilamina, que colaboram com o aumento na produção de endorfinas.”
Segundo a nutricionista da Sesa, o cacau ainda contém substâncias como retinol, ácido ascórbico e vitaminas A, B1, B2 e B3. Por conter essas substâncias, a polpa do cacau se tornou uma grande aliada da indústria da beleza, pois elas combatem os radicais livres que causam o envelhecimento precoce. “Todos esses benefícios, no entanto, só podem ser aproveitados por meio do consumo do chocolate amargo ou meio amargo com, pelo menos, 55% de cacau em sua composição”, frisou.
Apesar de todos esses benefícios, a alimentação equilibrada é fundamental para a boa saúde. “O consumo excessivo deve ser evitado, uma vez que o cacau apresenta substâncias chamadas fatores antinutricionais, que diminuem a absorção de nutrientes como ferro e cálcio, assim como produtos da Reação de Maillard, como a acrilamida, que é considerada uma substânciamutagênica e prejudicial à saúde quando consumida em grandes quantidades”, disse.
Impacto da agricultura no Produto Interno Bruto (PIB) 2018
A Agricultura foi o setor que mais contribuiu para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) 2018 do Espírito Santo, registrando uma taxa de crescimento acumulada de +40,7%. O crescimento do PIB capixaba foi +2,4%, mais que o dobro da taxa nacional (+1,1%).
O bom desempenho do setor agrícola capixaba é atribuído ao aumento na produção das principais culturas do Estado, com destaque para: Café Conilon (+58,3%), Café Arábica (+26,1%), Pimenta-do-Reino (+77,1%) e Cacau (+57,7%).
Outros produtos também registraram aumento na produção: Coco (+26,6%), Banana (+20,5%), Mamão (+13,5%), Cana-de-açúcar (+10,4%), Tomate (+6,6%) e Abacaxi (+1,1%).
Texto: Carlos Pereira, Juliana Esteves, Luciana Almeida e Larissa Linhalis
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