Penitenciária Agrícola doa alimentos para instituições filantrópicas
Ressocialização e solidariedade. Essas são as palavras que resumem o trabalho realizado na Penitenciária Agrícola do Espírito Santo (Paes). Atualmente, 18 internos são remunerados pelo programa Semeando a Liberdade, resultado da parceria entre as secretarias de Estado da Justiça (Sejus) e da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e a empresa Fibria – fusão das empresas Aracruz Celulose e Votorantim Celulose e Papel.
Com o sucesso do projeto, criado em 2006, a horta da penitenciária cresceu e passou a produzir alface, couve, tempero verde, aipim, banana, quiabo, feijão, milho, beterraba, entre outras variedades.
Em 2008, o engenheiro agrônomo Gérson Peixoto, responsável pela horta, lançou o projeto Plantando a Solidariedade, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Desde então, a Penitenciária Agrícola tem doado o que é produzido dentro da unidade a instituições filantrópicas.
Neste ano, o Asilo de Idosos de Viana, a Casa de Apoio aos Portadores de HIV de Cariacica e o Orfanato Cristo Rei têm recebido semanalmente produtos da Penitenciária Agrícola do Espírito Santo. Segundo o motorista do orfanato, Sebastião Rosa Vicente, a ajuda garante a comida de 200 crianças. “A doação fixa é excelente porque nos permite planejar melhor nossos gastos. Venho aqui toda segunda-feira há mais de um ano e não tem erro, é comida garantida”, enfatiza o motorista.
Para o interno José Neves Coimbra, 37, responsável pelo setor de hortaliças, a oportunidade de ajudar não beneficia apenas quem recebe as doações. “Minha vida melhorou muito depois que vim para cá. Sempre gostei de plantas, mas não sabia como trabalhar com isso. Aqui, pude aprender detalhes importantes de um plantio. Com certeza, quando estiver lá fora, vou trabalhar para montar minha própria horta”, planeja Coimbra.
“Aqui nos conhecemos bem, o ambiente é diferenciado, os internos têm o meu respeito e eu também sou respeitado. Vejo que eles ficam felizes em poder ajudar a outras pessoas e isso me faz feliz. É a ressocialização funcionando, homens enxergando a vida de uma nova forma, enxergando as relações com o próximo de um novo jeito”, explica o engenheiro agrônomo Gérson Peixoto.
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