25/10/2010 13h36 - Atualizado em 21/01/2019 11h47

Pesquisador do Incaper conhece cultivo sombreado do café na Costa Rica

Em busca da melhoria da qualidade da cafeicultura capixaba, o pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca (Seag), Romário Ferrão, estará, esta semana, na Costa Rica, país que é considerado produtor de um dos melhores cafés do mundo.

A Costa Rica é referência mundial em cafeicultura sombreada. Quase a totalidade do café produzido no País utiliza a técnica, por meio da associação da cultura com espécies florestais e frutíferas. Além disso, no aspecto ambiental, a nação é tida como uma das mais sustentáveis do mundo.

“O sombreamento do café é importante por minimizar os efeitos do aquecimento global, criando um ambiente mais úmido e fresco para o desenvolvimento ideal do café. A técnica, que já é praticado em grande parte da Costa Rica, pode ser adaptada ao nosso sistema de produção, já que o País tem semelhança topográfica com a Região Serrana do Espírito Santo. Acredito que a técnica pode contribuir para a melhoria dos cafés capixabas, tendo em vista que a seca e as altas temperaturas prejudicam a qualidade e produtividade”, completa Romário.

Segundo Ferrão, este intercâmbio técnico é importante para observar o que é feito no País para obtenção de cafés de qualidade reconhecida internacionalmente e adaptar o que for possível em nosso Estado e País.  “A Costa Rica, que é especializada no cultivo do arábica, produz apenas 1,6% do café mundial. O destaque não está na quantidade, e sim no programa de qualidade e sustentabilidade desenvolvido no País, o que gera maior valorização do produto final”, completa.

A viagem tem como objetivo o intercâmbio de conhecimento e tecnologias entre ambos os países, e o estabelecimento de um acordo de cooperação técnica entre as nações, uma vez que a Costa Rica tem interesse em adotar as modernas tecnologias desenvolvidas pelo Incaper para o cultivo do café Conilon. O pesquisador do Incaper também realizará no País a palestra: 'Café Conilon: origem, dispersão e tecnologias'.

Cafeicultura capixaba

O Espírito Santo é o segundo maior produtor de café do Brasil, respondendo por 25% da produção nacional. Em se tratando apenas do Conilon, o Estado ocupa o primeiro lugar, com 72% da produção brasileira. A cultura está presente em todos os municípios capixabas – exceto Vitória – sendo a maior geradora de empregos no Estado.

A cafeicultura é a principal atividade econômica em 80% dos municípios e representa, sozinha, 43% do PIB agrícola do Estado. Ocupa uma área de aproximadamente 500 mil hectares, responsável pela produção anual de 10,3 milhões de sacas, entre arábica e Conilon, oriundas de 60 mil propriedades. Toda a cadeia que envolve o café gera, em média, 400 mil postos de trabalho por ano, e só no setor de produção são envolvidas 131 mil famílias.

A cafeicultura do Estado do Espírito Santo tem um planejamento com ações bem definidas até o ano 2025, contempladas pelo Novo Pedeag – temática café. Em síntese, esse plano estratégico estabelece metas para o café capixaba: dobrar a produtividade e produção estadual, com a produção de 30% de cafés de qualidade superior, sem aumento de áreas.

Para alcance dessas metas, foram levantados problemas e definidas várias ações estratégicas, que estão sendo implementadas, a curto, médio e longo prazo. As ações prioritárias atuais são: programa de melhoria da qualidade do café Conilon, programa Renovar Café Arábica, marketing internacional e nacional dos cafés do Espírito Santo, desenvolvimento de novas variedades, melhor manejo de irrigação, associação de cafés com árvores, certificação e mercado.



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