Policiais Militares vão aprimorar técnicas de tiro defensivo durante o serviço
Para aperfeiçoar ainda mais o trabalho dos policiais que atuam nas ruas, a Polícia Militar vai implementar, no mês de outubro, um treinamento especial para avaliar o preparo do seu efetivo. Trata-se de mais uma etapa do treinamento de tiro defensivo na prevenção da vida: o Método Giraldi. O treinamento, denominado Treinamento em Pleno Serviço (TPS), consiste em treinar a ação do policial com simulações de ocorrências reais durante o horário de trabalho.
O objetivo é acionar os policiais que estão de serviço para o treinamento, sem comprometer o atendimento à população. O acionamento ficará por conta do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes-190), que previamente terá a relação dos policiais que serão avaliados. A comunicação será feita via rádio e vai direcionar o policial ao Batalhão específico da sua área ou a ambientes diversos. Nesses locais determinados, o militar contará com uma rápida instrução para atender a uma ocorrência simulada. O treinamento terá início no dia 1º de outubro.
O lançamento desta etapa do treinamento foi realizado nesta quinta-feira (16) na Sede do 4º Batalhão, em Vila Velha. Estiveram presentes no evento a subsecretária de integração institucional da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), Magda Lamborghini, o coordenador estadual do Método Giraldi, coronel Adilson Silva Tolentino, o diretor do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes-190), major Nylton Rodrigues, e demais autoridades militares, incluindo 110 instrutores do Método Giraldi.
A prioridade do treinamento é utilizar a técnica do tiro defensivo na preservação da vida. “Com este treinamento, o policial poderá testar através de condicionamento prático os seus reflexos, em ocorrências simuladas, preparando-se constantemente para situações que possam ocorrer nas ruas, mantendo-o em constante estado de treinamento e avaliação em relação às técnicas que necessita para servir e proteger a sociedade e a si próprio”, esclarece o coordenador estadual do Método Giraldi, coronel Adilson Silva Tolentino.
“A atuação policial exige procedimentos corretos com o uso da arma de fogo, respeitando as normas legais para preservar vidas e evitar tragédias, mesmo sob forte estresse, tendo que tomar decisões, muitas vezes, em fração de segundos. Para isso, é necessário que o policial relembre constantemente os procedimentos corretos”, acrescenta o coronel.
A representante da Sesp, Magda Lamborghini, afirma que o procedimento padroniza a ação policial em todo o Estado. “O treinamento do Método Giraldi só tende a aprimorar o trabalho policial e, o mais importante, com técnicas que auxiliam na preservação da vida e, consequentemente, isso implica em bons resultados nos trabalhos de segurança pública”, disse.
Ocorrência simulada
Durante o evento, policiais militares foram acionados, via rádio, para atender a uma ocorrência simulada na área do 4º Batalhão. Na ocasião, eles foram instruídos a atender uma ocorrência de abordagem a suspeitos em um veículo e outra envolvendo um assalto com refém. Os militares realizaram os dois atendimentos de forma padrão, obedecendo a todos os requisitos do Método Giraldi.
Para o cabo Wantuil Manzoli Bachiti, que atuou nas ocorrências, o treinamento é um excelente mecanismo para corrigir erros e adequar procedimentos. “Aqui nós temos a oportunidade de errar e corrigir o erro, revendo as técnicas que aprendemos. Na rua o nosso erro pode custar vidas”, disse.
Já o sargento Clóvis Mario Moraes vê a iniciativa como mais um aprimoramento do trabalho policial. “Não podemos cair na rotina e o treinamento só nos faz entrar no ritmo e adequar ainda mais as técnicas que aplicamos em ocorrências reais. Isso melhora o nosso desempenho e o atendimento prestado à sociedade”.
Sobre o Método Giraldi
O Método Giraldi é recomendado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha e pelos Direitos Humanos como o treinamento policial mais apropriado para o uso de armas de fogo.
Durante o treinamento os policiais aprendem todos os procedimentos necessários para atuar de modo a preservar suas próprias vidas, as de pessoas inocentes e, sempre que possível, a dos criminosos.
Em 2002, a técnica foi desenvolvida pelo coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Nilson Giraldi. Ele é professor do Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores da Polícia Militar de São Paulo e ministra aulas para os alunos do Curso Superior de Polícia. O oficial tem mestrado e doutorado em Segurança Pública e é um dos principais nomes na capacitação técnica dos integrantes dos órgãos de segurança pública no Brasil.
No Espírito Santo, o Método foi adotado de imediato. Em 2003 a metodologia passou a fazer parte dos procedimentos policiais da Corporação capixaba. Com o uso do Método Giraldi, é possível reduzir em 95% a morte de pessoas inocentes provocada por policiais em serviço. Os 5% são as fatalidades.
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