A Escola Misael Pinto, em Aracruz, transformou o espaço de uma açaiteria em sala de aula a céu aberto. Os estudantes revisam os conteúdos da disciplina de Física na praça da cidade. A criatividade da ação ajuda os alunos na maratona de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

A iniciativa partiu do professor de Física da escola, Fabricio Antunes, que teve a ideia de utilizar um ambiente sem a formalidade da sala de aula convencional, onde os alunos se sentem mais à vontade e, assim, tem novas possibilidades de adquirir conhecimentos. Os “aulões”, que são sempre acompanhados de experimentos físicos, atraem ainda mais os alunos que passam a associar as informações das experiências na hora de relembrar alguns conceitos para a prova.

O professor acredita que “alguns estudantes conseguem aprender melhor a partir de recursos visuais, outros por meios auditivos e existem, ainda, aqueles que são sinestésicos, ou seja, aquele tipo que costuma misturar emoções e sentidos. Ou seja, quando alguém diz que ‘ouve cores’, ‘sente sons’, normalmente tende a expressar uma personalidade sinestésica. Por isso, é fundamental entender o perfil do estudante para, então, buscar o melhor método para estudar”.

Fabrício Antunes acrescenta, ainda, que “a proposta de revisar conteúdos para o Enem tomando açaí surge como um mecanismo não formal para que os alunos se desenvolvam de forma integral, uma vez que, por ser em local aberto e com comunidade assistindo as aulas simultaneamente, exige dos estudantes um maior grau de concentração, o que deixa neles uma marca positiva para a vida, já que essa experiência será lembrada como algo agradável nas aulas de Física”, disse.

O dono do estabelecimento e parceiro no projeto, Billy Graham, trata a experiência como algo gratificante. “Trazer a escola para a comunidade e fazer parceria com a educação é gratificante para nós do comércio, tendo em vista que passamos a conhecer mais de perto o trabalho dos professores e a importância da escola na vida das crianças. Serve também para fortalecer a relação entre empresários, professores e comunidade. Eu acho que todos empresários poderiam pensar numa forma de se aproximar ainda mais da escola e contribuir para formação dos estudantes”, enfatizou.

O aluno Rômulo da Costa Silva disse que revisar os conteúdos para o Enem desta forma foi mais dinâmico e atrativo. “A gente aprende de um jeito tão legal que a aula passa rapidinho. Por ser na praça e tomando açaí, a atividade nos dá uma sensação de liberdade, de autonomia, e com isso a aula fica mais interessante, parece que a matéria fica mais fácil. Eu acho que deveria ter mais aula assim, não só na praça, mas também em outros lugares”.

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