26/08/2021 18h52

Prêmio Dom Luís Gonzaga homenageia seis pessoas e uma instituição em sua 17ª edição

Foto: Hélio Filho/Secom

Seis pessoas e uma instituição foram homenageadas com o Prêmio Dom Luís Gonzaga Fernandes, nesta quinta-feira (26), que, este ano, chegou à 17ª edição. A escolha dos premiados foi feita em reconhecimento aos trabalhos prestados em prol da defesa dos direitos humanos e do meio ambiente. Também foram escolhidas pessoas que têm atuado no enfrentamento ao novo Coronavírus (Covid-19). A solenidade de entrega dos troféus foi realizada de forma virtual, com a presença do governador Renato Casagrande.

“É uma alegria estar presente nesta solenidade de entrega do 17º Prêmio Dom Luís Gonzaga. Uma reunião com lideranças importantíssimas, símbolos da luta pelos direitos humanos no País e em nosso Estado. Uma reunião que não pode ser presencial em decorrência do momento que estamos passando. Esse prêmio tem o objetivo claro de homenagear todos aqueles que lutam pela justiça social, que defendem os direitos humanos, que se empenham no cuidado com o meio ambiente. A iniciativa é da sociedade capixaba e o Governo do Estado participa”, afirmou o governador.

A secretária de Estado de Direitos Humanos, Nara Borgo, falou mais sobre a premiação. “Vocês me inspiram na luta por direitos humanos e não tenha dúvidas que cada um e cada uma representa a caminhada de Dom Luís na luta por igualdade, por uma sociedade melhor e para que as pessoas vivam com mais dignidade. Na premiação do ano passado, nós lamentamos sobre as mais de 100 mil pessoas que haviam morrido por causa da Covid-19; agora estamos aqui novamente e já foram mais de 570 mil vidas perdidas”, lembrou.

Nara Borgo ressaltou que os homenageados estão ligados direta ou indiretamente ao enfrentamento da pandemia. “Seja pela área da saúde, da pesquisa, no enfrentamento da fome e garantia de direitos neste momento. Essas homenagens são extremamente importantes, pois representam a gratidão e afeto, fortalecendo a luta e fazendo com que vocês sigam energizados”, pontuou.

História

O prêmio foi instituído por meio da Lei Estadual 7.844/04 e em homenagem a Dom Luís Gonzaga Fernandes, bispo auxiliar de Vitória durante o período de 1966 a 1981. Falecido em 2003, Dom Luís foi uma figura importante, que dedicou a vida à luta para a redução das desigualdades sociais, defesa dos menos afortunados e à valorização da mulher na igreja e na sociedade.

Conheça os homenageados de 2021:

Auta Fernandes da Trindade (in memoriam)

Nasceu em 12 de setembro de 1936, em Afuá, Amapá. Aos 15 anos, saiu da casa dos pais para desenvolver um trabalho de apoio às famílias carentes e necessitadas, por meio da Juventude Operária Cristã (JOC).

Por muitos anos, contribuiu para uma sociedade melhor. Feminista, acreditava na força da mulher e insistia que lugar de mulher é onde ela quiser. Ela ajudou mulheres a largarem casamentos em que eram agredidas e maltratadas. Também ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores no Espírito Santo.

Auta Fernandes da Trindade foi presa e exilada no período da ditadura. Nada disso tirou o sonho dela e a vontade de ter um Brasil mais igualitário, onde todos teriam seus direitos e deveres e seriam respeitados por isso. Quando voltou ao Brasil, o trabalho dela continuou.

Por 35 anos, Auta Fernandes da Trindade atuou como assistente social na Federação de Assistência Social (Fase), levando seus conhecimentos de economia doméstica, controle de natalidade, saúde pública, direitos e deveres dos cidadãos para todo o Espírito Santo, Brasil e países da América Latina por onde passou.

Ao se aposentar, ela teve a certeza de que havia contribuído um pouco para que tivéssemos um mundo melhor. Não conseguiu mudar o mundo, mas fez a parte dela como mulher, trabalhadora e cidadã. Auta Fernandes da Trindade nunca casou, nem teve filhos, mas criou vários filhos dos outros. Deu um lar, alimento, educação e, principalmente, caráter. Um desses é o sobrinho Rubens Tourinho da Trindade, que viveu com ela desde os 10 anos, a quem chamava de filho, e ele a chamava de mãe.

Infelizmente, Auta Fernandes da Trindade contraiu a Covid-19 no auge dos 84 anos e a idade jogou contra ela. Foi uma guerreira, lutou o bom combate e só descansou quando Deus a chamou para os braços Dele no dia 14 de dezembro de 2020.

Ethel Leonor Noia Maciel

Ethel Leonor Noia Maciel é graduada em Enfermagem pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em 1993; mestre em Enfermagem de Saúde Pública pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1999, e doutora em Saúde Coletiva/Epidemiologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2004), com Pós-doutorado em Epidemiologia pela Johns Hopkins University (2008).

Membro da Comissão de Avaliação de Programas de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), triênio 2007-2009 e 2010-2012. Coordenou o Centro de Pesquisa Clínica no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), ligado ao Núcleo de Doenças Infecciosas (1995-2008). Entre 1995 e 2008, foi coordenadora do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva e do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Ufes. Foi membro da Comissão de Epidemiologia da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), entre 2009 e 2018. Foi Presidente do IX Congresso Brasileiro de Epidemiologia.

É professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo e bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq em Epidemiologia. É presidente da Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (REDE-TB).

Cotitular da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados na Ufes. Foi vice-reitora da Universidade no período de 2013 a 2020. Reitora eleita para o quadriênio 2020-2024 na Ufes, mas não foi nomeada pelo presidente da República.

Membro do Grupo Técnico Assessor de Tuberculose no Ministério da Saúde, do Grupo Técnico Assessor da Organização Mundial de Saúde (OMS) para Tuberculose; do Grupo assessor para eliminação da tuberculose nas Américas da OPAS/PAHO. Representa o Brasil na Rede Governamental de Pesquisa em Tuberculose dos países do BRICS. Integra o Comitê Executivo da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas.

Desenvolve atividades no Campo da Saúde Coletiva, com ênfase em Epidemiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: métodos epidemiológicos, epidemiologia de doenças infecciosas, análise de controle de epidemias (Covid-19, zika vírus, febre amarela) e, em especial, o estudo da Tuberculose. Desde o início do período da pandemia, desenvolve atividades de divulgação da ciência, sendo atualmente colunista do jornal A Gazeta e comentarista da CBN Vitória.

É atuante na causa das Mulheres na Ciência.

Paz e Pão

A Campanha Paz e Pão da Arquidiocese de Vitória foi contemplada com o Prêmio Dom Luís Gonzaga Fernandes e o coordenador, padre Kelder Brandão, foi o representante que recebeu o troféu.

O Prêmio simboliza o reconhecimento que a Campanha vem adquirindo, não apenas pela iniciativa e empenho dos voluntários que a coordenam, mas pelas tantas iniciativas que, junto com diversos coletivos, criaram campanhas que foram integradas à Paz e Pão.

Pe. Júlio Renato Lancelotti

Teólogo, pedagogo e ativista social defensor dos direitos humanos. Pároco da Igreja São Miguel Arcanjo, na Mooca, em São Paulo, desde 1985. Vigário Episcopal para o Povo da Rua, nomeado por Dom Paulo Evaristo Arns. Fundador da Casa Vida, dedicada a acolher crianças portadoras do vírus HIV, também atuou na Pastoral do Menor.

Professor Honoris Causa pela Universidade São Judas Tadeu e Doutor Honoris Causa pela PUC-SP, reconhecido por sua incansável atuação na defesa dos direitos humanos com mais de 20 prêmios, sendo deles:

- Cidadania e Diversidade da Parada do Orgulho LGBT. Categoria Celebridade Aliada (2021);

- Título de Cidadão Niteroiense (2021), concedido pela Câmara de Niterói;

- APCA 2020, Urbanidade;

- Direitos Humanos da USP (2020);

- 7º Prêmio Dom Paulo Evaristo Arns, pelo voto popular, promovido pela Prefeitura de São Paulo;

- Poc Awards na categoria "Influencer do Ano" (2020), pelo voto popular, promovido pelo Gay Blog Br, por seu posicionamento contra homofobia;

- 1ª edição da Medalha da Arquidiocese de São Paulo, Defesa e Promoção da Vida Humana (2015).

Drª Margareth Pretti Dalcolmo

Margareth Pretti Dalcolmo, MD-PhD, é médica, formada pela Escola da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam). Pneumologista e pesquisadora sênior da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), doutora em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Membro de Comissões Científicas das Sociedades Brasileiras de Pneumologia e Tisiologia e de Infectologia, da REDE TB de Pesquisa em Tuberculose e membro do Steering Committee do Grupo denominado RESIST TB, da Boston Medical School.

Integra também o Grupo de Peritos para Aprovação de Medicamentos Essenciais da OMS (Expert Group for Essential Medicines List), e o Regional Advisory Committee do Banco Mundial para projetos de saúde na África Subsaariana em Tuberculose e doenças respiratórias ocupacionais.

Tem mais de 100 artigos científicos publicados nacional e internacionalmente. Docente da Pós-graduação da PUC-RJ, é membro e ex-coordenadora da Câmara Técnica de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Cremerj. Investigadora principal dos ensaios clínicos “SimplicTB da Global Alliance for Tb Research” e do “BRACE Trial para vacina BCG para prevenção da Covid-19”.

Colunista semanal do jornal O Globo, em Hora da Ciência. Presidente eleita da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o biênio 2022-2024.

Desde o início da pandemia da Covid-19, atua como comunicadora da ciência em órgãos de imprensa, com mais de 500 intervenções e entrevistas. Recebeu homenagens ao longo do período: 

- Mulher do Ano pela Revista ELA, de O Globo;

- Personalidade do Ano pela Arquidiocese do Rio de Janeiro;

Prêmio Dra. Nise da Silveira pela Prefeitura do Rio de Janeiro.

Dr. Lauro Ferreira Pinto Neto

Lauro Ferreira Pinto Neto tem 65 anos, é natural de Vitória e médico formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em 1978. Tem residência em Clínica Médica Mestrado e Doutorado em Doenças Infecciosas (Ufes) e MBA em gestão de serviços de saúde pela FGV.

Foi membro da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de Vitória, subsecretário de Estado da Saúde e delegado federal do Ministério da Saúde.

Foi ainda o primeiro diretor do CIAS e presidente do CRM-ES, integrante do Comitê Assessor de Imunizações do Ministério da Saúde e atua como professor pela Escola da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam).

Milton José Lyrio Simonetti (in memoriam)

Nasceu em 1953, na Ilha das Caieiras, então área rural de Vitória. Daí o cuidado e defesa do meio ambiente. É engenheiro eletricista e mestre em Informática. Na década de 1970, foi agente de Pastoral das Comunidades Eclesiais de Base e atuou com os movimentos populares que surgiram naquela época.

Em 1978, foi para São Paulo, onde permaneceu até 1987. Nesse período, atuou vinculado ao Instituto Sedes Sapientiae, na formação e atuação dos movimentos populares, sob a orientação de Paulo Freire e a pedagogia da Educação Popular.

Participou ativamente do processo de formação e consolidação da Articulação Nacional dos Movimentos Populares e Sindicais (Anampos). Retornou a Vitória em 1988, participou do Centro de Educação Popular Dom João Batista (Cecopes), atuou na FASE e assessorou diversos movimentos populares.

Ultimamente, participava de forma atuante do Coletivo de Estudos da Conjuntura (CEC-ES), da coordenação da Campanha Permanente Contra a Fome e Pela Inclusão Social “Paz e Pão”.

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