22/07/2010 22h16 - Atualizado em 24/01/2019 12h23

Produtores rurais recebem instruções sobre boas práticas agrícolas durante o Congresso Brasileiro de Olericultura

“O cenário internacional sinaliza que cada vez mais será valorizado o aspecto qualitativo, o respeito ao meio ambiente, às condições de trabalho e a higiene na produção de qualquer produto”. Foi com essa mensagem que o professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Laércio Zambolim, finalizou sua palestra nesta quinta-feira (22), durante o dia dedicado ao produtor rural no 50° Congresso Brasileiro de Olercultura, realizado no Sesc de Guarapari.

Participaram aproximadamente 400 agricultores familiares de todo o Estado. O Congresso teve início nesta segunda (19) e prossegue até sexta-feira (23), com a promoção da Associação Brasileira de Horticultura (ABH) e realização do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e tem a participação de mais de mil pessoas de todo o Brasil e também da América Latina.

O Dia do Produtor teve como principal objetivo transmitir aos agricultores aspectos ligados à sustentabilidade na agricultura, tendo como foco o Sistema Agrícola de Produção Integrada (SAPI), que congrega diversas técnicas baseadas nas boas práticas agrícolas, como opções para fornecimento de produtos saudáveis, promovendo a melhoria na qualidade de vida da sociedade.

De acordo com o pesquisador do Incaper e organizador do Congresso, Carlos Alberto Simões, o Dia vem para que os produtores possam se atualizar sobre as novas exigências do mercado e para mostrar as vantagens de se produzir utilizando as boas práticas agrícolas.

O produtor rural de Itarana, Lourival Kalk, ficou muito satisfeito com as novas informações adquiridas durante as palestras e disse que irá aplicar as instruções em sua propriedade. “Foram tratados assuntos importantes aqui. Eu já produzi de maneira orgânica a agora quero retomar esse modo de produção”, afirma.

Lourival Kalk.

Segundo ele, produzir de forma agroecológica traz várias vantagens: Não estraga o solo, não prejudica a saúde e ainda é menos oneroso. “Para produzir tomate da maneira convencional eu gasto cerca de R$ 5,00 por pé. Já utilizando as técnicas de produção agroecológica, em um pé é gasto apenas R$ 2,00”, conta.

Programação

Na manhã, os participantes conheceram experiências de sistemas de cultivo de hortaliças no Brasil, como a Fazenda de Produção Integrada de tomate de Alto Vale do Rio do Peixe, em Santa Catarina; a fazenda Orgânica de Trigenros, em Pacaraima, Roraima; a Fazenda Orgânica Vale das Palmeiras, em Teresópolis, Rio de Janeiro; e a fazenda Orgânica Malunga, em Brasília, Distrito Federal.

Na parte da tarde, o professor Laércio Zambolim falou sobre a produção integrada e, de forma muito descontraída, abriu espaço para que os produtores tirassem dúvidas e expusessem seus problemas.

Márcia Salles.

Por fim, a pesquisadora do Incaper, Márcia Salles, apresentou a proposta de associar galinhas e hortas. Segundo ela, a prática pode trazer benefícios para ambas as atividades, e contribuir para diversificação da propriedade e aumento de renda para os produtores.

Exemplo de como associar a produção
de hortaliças e criação de galinha.

“A galinha pode contribuir muito para as culturas, já que ela aduba, controla insetos, ara e capina o solo, e as culturas também podem beneficiar as galinhas, porque fornecem alimentos”, explica Márcia. Segundo ela, o agricultor deve apenas cuidar para que as galinhas atuem nos locais corretos, para não prejudicar a produção.

Por isso, a pesquisadora mostrou vários modelos de utilização de galinheiros móveis e fixos, em formato de mandala ou circular, com o intuito de potencializar positivamente a ação das galinhas no solo.



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