Projeto Batuque Diferente seleciona estudantes de música para residência artística
Promover a interação de um coletivo musical especializado na fusão de jazz e música brasileira com estudantes de percussão. Este é o objetivo principal da Residência Artística “Batuque Diferente”. Idealizada e produzida pelos integrantes do grupo Batida Diferente, a iniciativa vai selecionar três estudantes negros de percussão para participar da gravação de uma composição autoral, com produção e arranjo do professor de percussão Léo de Paula, que vai aplicar uma oficina de ritmos brasileiros e africanos aberta ao público em geral. O projeto foi selecionado pelo Edital 016/2020 – Coletivos Culturais, da Secretaria da Cultura (Secult).
> As inscrições estão LINK e vão até 12 de junho, pela plataforma Google Forms, disponibilizada no perfil do grupo Batida Diferente no Instagram (@batidadiferente). Os candidatos e candidatas deverão inserir seus dados juntamente com um vídeo no YouTube, contendo uma performance musical de livre escolha. Podem se inscrever estudantes de percussão de projetos sociais e instituições públicas que sejam negros e que tenham de 18 a 29 anos.
Para o trompetista do grupo Batida Diferente, Ailton Junior, a Residência Artística “Batuque Diferente” se propõe a valorizar a formação profissional de músicos negros e despertar a habilidade da composição. “Uma palavra que define bem este projeto é conexão. Conexão com pessoas diferentes que compartilham do mesmo objetivo e com histórias parecidas e de gerações diferentes”, explica o músico. “A ideia é fazer a junção desses três jovens que vão participar, juntamente com o Léo de Paula e o Batida Diferente, da gravação de uma música inédita, um samba de minha autoria intitulado ‘Pro Rafa’”, conta o trompetista.
Após o período de inscrições, o material será avaliado por Ailton Junior e pelo percussionista Léo de Paula, que farão a seleção dos três estudantes classificados, de acordo com os critérios de Desempenho Técnico-Musical e Entrevista. O resultado será divulgado no dia 13 de junho pelo perfil do grupo Batida Diferente no Instagram. Os passos seguintes serão os ensaios presenciais, entre 14 de junho e 03 de julho, para afinar o entrosamento entre os músicos e os estudantes de percussão, e a gravação da composição em um estúdio na Grande Vitória. O single será divulgado nas redes sociais do grupo Batida Diferente.
Samba
Responsável pelo arranjo e produção, Léo de Paula afirma que a música “Pro Rafa” vai girar em torno das diferentes possibilidades rítmicas proporcionadas pelo samba. “Pretendo provocar os participantes a pensar sobre formas diferentes de tocar o samba, seja aproximando-o dos batuques ancestrais afro-diaspóricos seja dialogando com a estética do partido-alto e das rodas de samba, ou mesmo com as batucadas de carnaval”, explica o professor.
Ao final da Residência Artística, Léo de Paula vai ministrar uma oficina sobre ritmos brasileiros e africanos, aberta ao público em geral, na Estação Conhecimento, na Serra. Símbolo da identidade cultural brasileira, o samba será novamente o foco principal da atividade. “Vou trabalhar os conceitos, padrões rítmicos e referências teóricas sobre o samba e seus fazeres: do samba de caboclo ao samba-enredo, passando pelo samba-jazz e o partido-alto, visando a inspirar os participantes nessa viagem pelo mais representativo dos nossos gêneros musicais”, adianta Léo de Paula.
PROGRAMAÇÃO DA RESIDÊNCIA ARTÍSTICA “BATUQUE DIFERENTE”:
De 06 a 12 de junho – Inscrições para estudantes de percussão negros, de 18 a 29 anos, interessados em participar do projeto, pela plataforma Google Forms, disponibilizada no Instagram do grupo Batida Diferente: @batidadiferente.
Os candidatos e candidatas deverão inscrever seus dados na plataforma e encaminhar um vídeo contendo uma performance musical própria, disponibilizada no YouTube;
13 de junho – Divulgação dos três estudantes negros selecionados, por meio do Instagram @batidadiferente;
De 14 de junho a 03 de julho - Ensaios com os músicos selecionados;
De 04 a 10 de julho - Gravação do single;
De 11 a 17 de julho - Oficina de ritmos brasileiros e africanos, ministrada pelo artista convidado Léo de Paula, na Estação Conhecimento, em Cidade Continental, na Serra. Data e horário serão confirmados em breve.
Agosto - Lançamento do single “Pro Rafa” nas redes sociais do Grupo Batida Diferente.
SOBRE O GRUPO BATIDA DIFERENTE:
O Grupo Batida Diferente foi criado em 2018 por quatro amigos e alunos do Projeto Vale Música Espírito Santo, com o objetivo de divulgar a música instrumental brasileira e internacional. Com influências de Roberto Menescal, Sidmar Vieira, João Bosco, João Donato, Daniel Alcântara, Miles Davis, Chet Baker, John Coltrane, entre tantos outros, o grupo é formado atualmente por Ailton Junior (trompete), Leonardo Rodrigues (contrabaixo), Igor Cowosque (violão/guitarra) e Allyson Silva (bateria).
São quatro músicos da nova geração do município da Serra, que vêm construindo sua carreira musical com significativas experiências artísticas, tendo a oportunidade de se apresentarem nos principais festivais do Estado, entre os quais o Festival Internacional de Inverno de Música Erudita e Popular de Domingos Martins (2018), o Vila Velha Jazz & Blues Festival (2019) e o Marien Calixte Jazz Music Festival (2019).
Os integrantes do Grupo Batida Diferente participaram de masterclasses, oficinas e workshops com músicos renomados como Rafael Rocha (ES), Célio Paula (ES), Dino Rangel (RJ), José de Arimatéa (RJ), Toninho Horta (MG), Rui Carvalho (AM) e Ney Conceição (PA). Além disso, o líder do grupo, Ailton Junior, participou de residência artística com a Orquestra Sinfônica Brasileira em 2019, culminando com um concerto realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Em 2018, o Grupo Batida Diferente foi contemplado no Edital de Coletivos Juvenis da Secretaria da Cultura (Secult), realizando quatro concertos didáticos para 580 alunos em escolas da Rede Pública da Serra.
Com a Vale Música Jazz Band, da qual são integrantes, apresentaram-se ao lado de grandes nomes como o maestro Gilson Peranzzetta, o trompetista do grupo Afrojazz, Eduardo Santana, o cantor norte-americano JJ Jackson e as cantoras Alma Thomas, Indiana Nomma, Ekaterina Bessmèrtnova, Nicole Falcão, Amélia Barretto e Tamires Casotto; ainda com a Vale Música Jazz Band, tocaram nos principais teatros de Vitória e participaram de diversos festivais como o Festival de Inverno de Música Erudita e Popular de Domingos Martins, o Festival Fábrica.Lab, o Festival de Jazz & Blues do Museu Vale, o Festival I Love Jazz, em Belo Horizonte (MG), e o Festival de Inverno de Ouro Preto (MG).
Nos últimos dois anos, diante da pandemia da Covid-19, o grupo manteve a rotina de ensaios, estudos de novos arranjos, pesquisas e criações artísticas, utilizando-se de ferramentas tecnológicas para dar sequência a suas atividades.
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