Projeto de incentivo à agroecologia faz a diferença para agricultores familiares no norte do Estado
Mais de 80 famílias de agricultores familiares do norte do Espírito Santo, participantes do Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter) do Banco do Nordeste, estão sendo incentivadas a se adequarem e a difundirem práticas e informações sobre produção agroecológica e orgânica, preservação de nascentes e destinação de resíduos sólidos, em oito municípios do norte do Espírito Santo.
Em 2022, foram implantadas 15 unidades demonstrativas para que estas práticas fossem concretizadas, por meio de diversas ações de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) integradas à pesquisa, o que vai beneficiar mais de 200 famílias em um período de dois anos. Os municípios contemplados são Montanha, Boa Esperança, Ponto Belo, São Mateus, Nova Venécia, Pinheiros, Ecoporanga, Água Doce do Norte e Barra de São Francisco.
A novidade faz parte do projeto intitulado “Agroecologia: Multiplicando Saberes, Produzindo Vida”, coordenado pelos extensionistas do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Andressa Alves, a coordenadora de Agroecologia do Instituto, e Moisés Marré, que atua em Nova Venécia e região.
O projeto, submetido pelo Incaper e pela Fundação de Desenvolvimento e Inovação Agro Socioambiental do Espírito Santo (Fundagres), conquistou o 1º lugar na categoria “Soluções Inovadoras” para a Implementação do Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter), do Banco do Nordeste, no Edital do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e Inovação (Fundeci) – 01/2018.
Andressa Alves lembrou que o projeto foi idealizado e executado por extensionistas e pesquisadores do Incaper, com base nas demandas locais dos agricultores e nas demandas levantadas pelo Comitê de Desenvolvimento Territorial do Prodeter. Ela explicou ainda que muitas propriedades rurais no território norte do Espírito Santo são de agricultores familiares que atuam nas monoculturas predominantes de cada região e utilizam, em larga escala, mecanização, insumos e agrotóxicos.
Portanto, a proposta do projeto, acrescentou Andressa Alves, chega ao Estado para incentivar a diversificação de culturas, por meio do uso de práticas sustentáveis e com a replicação de tecnologias sociais, que estruturam a Rede Territorial de Agroecologia e Produção Orgânica de alimentos, formada por lideranças e representações da agricultura, além de integrantes de instituições públicas e privadas.
Para a extensionista, a ideia é alavancar no Estado a diversificação e o desenvolvimento das culturas de forma ambientalmente equilibrada, economicamente viável e socialmente justa para transformar todas as comunidades envolvidas. Entre as ações propostas estão, reduzir o uso de agrotóxicos; aumentar as áreas de nascentes protegidas e preservadas; estruturar a destinação dos resíduos sólidos; contribuir com a melhoria da qualidade da água e de vida em cada espaço na zona rural; aumentar os produtos agroecológicos e orgânicos para consumo próprio, e também os competitivos voltados para o mercado.
“Esse incentivo também vai propiciar a participação nos espaços decisórios gerados pela atuação em rede, a estruturação e a gestão efetiva dos agricultores familiares, suas organizações associativas e propriedades, a agregação de valor do que é produzido nas unidades produtivas e empreendimentos rurais, além de propiciar a geração de renda alternativa e o acesso aos mercados diferenciados e às políticas públicas”, lembrou Andressa Alves.
Desde que foi implantado, já foram realizados diversos dias especiais e oficinas nos municípios contemplados, que aquecem a rede de agroecologia do norte do Estado que contemplam os temas, implantação e manejo de Sistema Agroflorestal, recuperação de nascentes, fossa com biodigestor, biofertilizantes e sementes crioulas. Recentemente também foi inaugurada uma Feira Agroecológica, em Nova Venécia, com agricultores que participam do projeto.
“Todas essas ações aproximam a produção agroecológica dos consumidores e incentiva a produção de alimentos orgânicos. Isso reforça as transformações sociais, ambientais e econômicas para a vida no campo e fora dele”, reforçou Moisés Marré.
Soluções Inovadoras nas unidades demonstrativas
A exemplo das unidades implantadas, está a localizada em Ponto Belo, sob a responsabilidade dos extensionistas do Incaper Enésio Francisco de Oliveira e Adriano Marques Spínola. No município, o que mais se sobressai é a produção de olerícolas com base agroecológica. No local, várias outras ações já estão sendo implementadas, como é o caso do plantio e o complemento de mudas de banana, de moringa e gliricídia, além do aumento da produção das mudas de olerícolas.
Desde o ano passado, a unidade já contou com mais de 14 visitas de alunos, técnicos e produtores rurais da comunidade. Nesse tempo, também foi feita a distribuição dos materiais de propagação de sementes de grãos e olerícolas que foram disponibilizadas para produtores vizinhos e de outras cidades. Todo o alimento produzido na unidade agroecológica em Ponto Belo também abastece os programas de comercialização institucionais, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e a Compra Direta de Alimentos.
Outras ações, como encontros e demonstrações de métodos, estão previstas para este ano, com temas voltados para a produção agroecológica, como produção e a utilização de biofertilizantes, caldas naturais e troca de sementes.
Texto: Tatiana Toniato Caus
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