27/04/2017 14h33

Rede Cuidar: trabalhos avançam para implantação da Unidade Cuidar Norte

O processo de planificação da atenção à saúde está avançando. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) iniciou, nesta semana, as oficinas de capacitação das equipes de saúde municipais na Região Norte, onde estão os municípios de Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Conceição da Barra, Ecoporanga, Jaguaré, Montanha, Mucurici, Nova Venécia, Pedro Canário, Pinheiros, Ponto Belo, São Mateus e Vila Pavão. A capacitação das equipes municipais de saúde é um passo decisivo para o início do funcionamento da Unidade Cuidar Norte, em Nova Venécia, a primeira das cinco unidades da Rede Cuidar.

 

O secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira, disse que a saúde está sendo regionalizada para que o cidadão seja atendido na sua região, mais perto de casa, evitando o deslocamento para a Grande Vitória. “Isso é qualidade de vida. Com este novo modelo de atendimento, a melhora é substancial. Outra mudança importante é que o cidadão entrará apenas uma vez na fila, muito diferente de como é hoje. As pessoas sairão da Unidade Cuidar com um plano de cuidado integral, pois o paciente tem que sair dali educado em saúde. Não estamos inventando nada, pois isso faz parte da legislação do Sistema Único de Saúde. Mas uma coisa que estamos fazendo é realizar o sonho do SUS”, ressaltou o secretário.

 

Com a capacitação que teve início na última segunda-feira (24), 2.432 profissionais estão sendo treinados para trabalhar dentro do novo modelo de atendimento ao cidadão. A superintendente da Sesa na Região Norte, Pretta Cani, destaca que as oficinas de planificação da atenção à saúde são destinadas a toda a equipe de saúde municipal, envolvendo motoristas, recepcionistas, médicos, enfermeiros, dentistas e os demais trabalhadores. Segundo ela, serão realizadas seis oficinas temáticas – nesta primeira, o tema é Redes de Atenção à Saúde – e, entre uma oficina e outra ocorrem períodos de dispersão de um mês.  Assim, os trabalhos seguem até o mês de setembro.

 

“Durante as oficinas são elaborados planos de ação para serem aplicados por esses mesmos profissionais no dia a dia das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e da Estratégia de Saúde da Família (ESF). No período de dispersão, eles colocam o plano de ação em prática e vão avaliando o que precisa ser reformulado. É um processo dinâmico e que envolve educação continuada”, detalha a superintendente.

 

Planificação

O processo de planificação da atenção à saúde é um movimento de organização do atendimento ao cidadão nos diferentes níveis de complexidade, a fim de garantir ao usuário um atendimento humanizado, perto de casa, resolutivo, sem idas e vindas e com foco em prevenção.  É realizado em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que é quem está disseminando a metodologia da planificação da atenção à saúde pelo país. A Secretaria de Estado da Saúde já começou a incluir nesse trabalho a atenção hospitalar, mas, neste caso, trata-se da organização do atendimento que vai da unidade básica de saúde até a atenção ambulatorial especializada de média complexidade.

 

Pretta comenta que a planificação da atenção à saúde está acontecendo em outros estados brasileiros, mas que no Espírito Santo o governo está sendo ousado ao realizar esse processo de integração da atenção primária com a atenção ambulatorial especializada em todo o Estado ao mesmo tempo. “O Brasil tem em torno de 437 regiões de saúde. O Espírito Santo é o único estado que pactuou com o Conass realizar a planificação em 100% de seu território até o final de 2017. Temos ainda outro diferencial: estamos reorganizando a atenção primária à saúde e, em paralelo, a atenção ambulatorial especializada”, pontuou a superintendente, lembrando que a Unidade Cuidar terá uma equipe para fazer a integração entre esses dois níveis de atenção à saúde.

 

Pretta ressaltou que a planificação é um processo dinâmico, que considera as peculiaridades da região, por isso requer várias etapas de avaliação e revisão do trabalho. “A Atenção Primária à Saúde já tem seus princípios e diretrizes próprias, ou seja, o que tem que ser feito no dia a dia das equipes de saúde municipais já está estabelecido. O processo de planificação vem rever esses princípios e diretrizes para que os objetivos e as metas sejam atingidos com maior qualidade”, complementou.

 

 

Como acontece

A metodologia das oficinas de planificação da atenção à saúde funciona da seguinte forma. As semanas de trabalho são divididas em quatro. O primeiro dia, segunda-feira, reúne os facilitadores das oficinas de planificação da atenção à saúde. Eles são técnicos da região de saúde e da Secretaria de Estado da Saúde, tanto do nível central quanto da superintendência regional, e trabalham junto com as equipes municipais de saúde e com consultores do Conass, ajudando os profissionais a desenvolverem os temas propostos e elaborarem os planos de ação.

 

No segundo e no terceiro dia, terça e quarta-feira, acontecem as oficinas propriamente ditas. Para atingir 100% dos profissionais da atenção primária, as oficinas serão realizadas sempre nos municípios. Portanto, equipes de facilitadores são enviadas para cada um dos municípios da Região Norte para estar junto com os facilitadores municipais nas 14 cidades. A equipe de saúde do município é dividida em dois grupos para que a capacitação não interrompa o atendimento ao público, por isso o treinamento acontece durante dois dias.

 

No quarto dia, quinta-feira, são realizadas as oficinas tutoriais nas unidades-laboratório da Região Norte. São quatro Unidades Básicas de Saúde, localizadas em Barra de São Francisco, São Mateus, Nova Venécia e Pinheiros. As oficinas tutoriais reúnem os consultores do Conass, os facilitadores da Sesa (do nível central e da superintendência regional) e da região de saúde, além dos coordenadores da atenção primária dos 14 municípios da Região Norte e as 24 referências técnicas das unidades de saúde municipais da região. Estes últimos participam das oficinas tutoriais com a função de discutir os assuntos propostos e compartilhar as informações com as equipes de saúde em seus respectivos municípios por meio dos planos de ação.

 

No quinto dia, sexta-feira, é realizada a reunião do Grupo Condutor Regional da Planificação. Estão nesse grupo os consultores do Conass, os técnicos da Sesa (do nível central e da superintendência regional) e gestores dos municípios da região. A cada período de uma semana o grupo condutor se reúne para avaliar os planos de ação construídos e planejar o encontro que será realizado no mês seguinte, após o período de dispersão.

 

Continuidade

As oficinas de planificação da atenção à saúde que começaram a ser realizadas nesta semana fazem parte de um processo de trabalho iniciado em meados do ano passado, com a mobilização de lideranças políticas e de órgãos como o Ministério Público, por exemplo, e, em seguida, com as oficinas promovidas entre julho e dezembro com um público específico: 354 médicos, enfermeiros e dentistas dos municípios da Região Norte.

 

“Ao final dos seis meses, fizemos a avaliação e concluímos que precisávamos atingir 100% dos profissionais. Naquele momento, vimos também que, para evitar o absenteísmo, precisávamos fazer a capacitação nos municípios em vez de reunir os profissionais em polos de treinamento. Por isso estamos ousando indo a cada município realizar a capacitação. Com isso, fortalecemos mais as equipes municipais e promovemos o empoderamento desses profissionais para que eles continuem tocando o trabalho ao final dos seis meses de oficina”, comentou a superintendente da Sesa na Região Norte.

 

 

 

 

 

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