Para marcar o início da colheita da manga no Espírito Santo e o sucesso do Polo de Manga da Região Noroeste do Estado, cerca de 300 pessoas se reuniram na manhã desta sexta-feira (26), em Baixo Guandu, no II Encontro dos Produtores de Manga. O encontro teve a presença do governador Paulo Hartung e do secretário de Agricultura, Enio Bergoli.

Em seu pronunciamento, o secretário Enio Bergoli avaliou o bom trabalho na implantação do Polo no Espírito Santo. “Nós já temos onze polos de frutas no Estado, isso incentiva a diversificação da agricultura capixaba e a geração de renda no campo. O Espírito Santo já é considerado referência no programa de fruticultura em todo o Brasil e isso nos orgulha muito”, afirma o secretário.

“São seis anos do polo de manga e podemos afirmar que estamos colhendo os frutos de um trabalho árduo, que envolve o Governo do Estado, parceiros e técnicos, para ensinarem a melhor forma de cultivo aos produtores. Essa integração fez desencadear esse cenário de sucesso!”, comemorou o secretário Enio Bergoli.

O governador Paulo Hartung destacou que o interior do Estado possui um histórico muito ligado à cafeicultura, mas ressaltou que o Governo trabalha para diversificar a produção agrícola. “A cafeicultura continua exercendo um papel extremamente relevante para a economia e para o equilíbrio social do Espírito Santo. Além de fortalecer a cafeicultura, estamos incentivando a diversificação de nossa produção agrícola. Um bom exemplo desse trabalho são os polos de frutas que implantamos em todas as regiões capixabas”, frisou.

Hartung enfatizou que os polos implantados pelo Governo do Estado, em parceria com instituições da sociedade civil organizada, prefeituras e produtores, estão exercendo um papel estruturador no interior. “A fruticultura é uma atividade que gera emprego e renda. Além disso, temos uma forte demanda do mercado. O Espírito Santo já é um exemplo no desenvolvimento de polos como este de manga, que já estão dando frutos para a atual e as futuras gerações”, salientou.

O produtor de Mantenópolis Sérgio Padovan afirmou que o polo de manga foi um divisor de águas em sua propriedade. “Eu tinha plantado eucalipto, mas estou substituindo tudo pela manga, pois tenho o retorno certo na compra. Hoje, tenho 2.500 pés e espero colher uma boa quantidade para vender para empresas. Meu objetivo é aumentar minha plantação”, disse.

O Encontro é uma realização da Secretaria de Estado da Agricultura, Aquicultura e Pesca (Seag) e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em parceria com o Sebrae-ES, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a empresa Trop Brasil e a Prefeitura de Baixo Guandu, além do apoio das demais prefeituras dos municípios da região do Polo.

Além dos pronunciamentos das autoridades, os produtores, na parte da tarde, realizaram uma visita técnica na propriedade do Sr. Valério Pascoal Loss, no mesmo município.

Polo de Manga e Expansão

Nos últimos dois anos, a área plantada com manga dobrou na Região Noroeste do Estado, passando de 800 para 1600 hectares, e até o final deste ano mais 200 hectares serão implantados. A expectativa da safra 2010/2011 – que vai de novembro a janeiro - é que a produção da fruta alcance duas mil toneladas, mas, quando as novas áreas entrarem em produção, o Estado deve atingir uma safra de 10 mil toneladas, montante que será totalmente absorvido pela indústria de sucos prontos.

Este grande crescimento deve-se aos incentivos do Polo de Manga da Região Noroeste do Espírito Santo, criado em 2003 pelo Governo do Estado, por meio da Seag e do Incaper. Desde a data da criação do Programa, já foram distribuidas cerca de 130 mil mudas da variedade Ubá, tipo de manga preferido pela indústria, aos cerca de 700 agricultores familiares cadastrados no Polo. Em dezembro deste ano serão distribuídas mais 20 mil mudas.

Além disso, toda a cadeia produtiva foi organizada, desde o cultivo dos frutos até a comercialização na indústria de polpa de frutas. Isso permitiu aos agricultores a certeza de mercado e a garantia de preço ao seu produto. Este trabalho é realizado pelo Grupo Gestor do Polo, composto por representantes do Incaper, das prefeituras, associações e sindicatos de produtores dos municípios que integram o Polo, além do Sebrae e da Trop Brasil, empresa localizada em Linhares que absorve toda a produção do Polo.

De acordo com o extensionista do Incaper e presidente do Grupo Gestor, José Carlos Grobério, que durante o Encontro apresentou aos participantes os avanços do Programa, em 2007 o Polo atendia a apenas 1% da demanda da indústria. “Atualmente, já somo responsáveis pela entrega de 30% da manga processa pela Trop e o objetivo é chegar a 100%”, afirma.

Segundo Grobério, o Grupo Gestor se reúne todo o mês, e a negociação dos preços com a indústria é acertado sempre em outubro. Além disso, são realizados com freqüência, treinamentos e visitas técnicas para a qualificação dos produtores rurais.

A região de abrangência do Polo de Manga da Região Noroeste do Espírito Santo foi selecionada de acordo com condições edafoclimáticas (clima e solo) favoráveis ao cultivo da fruta. Ao todo, 17 municípios do Noroeste do Estado fazem parte do Polo, sendo eles: Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Águia Branca, São Gabriel da Palha, São Domingos do Norte, Mantenópolis, Alto Rio Novo, Pancas, Marilândia, Colatina, Baixo Guandu, Laranja da Terra, São Roque do Canaã, Itarana, Itaguaçu, Governador Lindenberg e Santa Teresa.

No Estado já existem 11 polos de frutas, que visam à expansão da fruticultura no Estado por meio de incentivos governamentais, como capacitação dos agricultores e distribuição de mudas a preços subsidiados. O objetivo dos polos é incentivar a diversificação da agricultura no Estado, e, dessa forma, proporcionar mais uma fonte alternativa de renda aos produtores rurais.