18/12/2024 16h46

Saiba como identificar o maruim, vetor principal da Febre Oropouche

Foto: Bruna Lais Sena do Nascimento/Laboratório de Entomologia Médica/SEARB/IEC

Diante do aumento de casos da Febre Oropouche no Espírito Santo, a Secretaria da Saúde (Sesa) apresenta as características mais importantes do inseto maruim, o principal vetor da doença. A transmissão do Oropouche é feita, principalmente, pela picada de um inseto chamado Culicoides paraensis, popularmente conhecido como “maruim” ou “mosquito-pólvora”, a depender da região. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no inseto por alguns dias e, quando esse inseto pica uma pessoa saudável, pode transmitir o vírus.

Entre as principais características do inseto está o seu tamanho diminuto. Diferentemente do Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya, o maruim é considerado um inseto muito pequeno, medindo cerca de 1,5 milímetros, podendo atingir 3 milímetros, sendo visto, muitas vezes, apenas como um pontinho na pele.

O horário em que ele pica também se diferencia do Aedes. O maruim tem preferência pelo período do início da manhã e no final de tarde, sendo esse o preferido. Se a quantidade de maruim for muito alta na localidade, o inseto pode atacar ao longo de todo o dia e a sua presença está associada também ao incômodo à população, devido à picada dolorosa e persistência em se alimentar.

A referência técnica em Zoonoses e Doenças Vetoriais da Secretaria da Saúde, a bióloga Karina Bertazo, conta que apenas as fêmeas se alimentam de sangue e explica qual o local preferido do inseto para colocação dos ovos. “O maruim necessita, de forma geral, de três coisas, que são: a umidade, matéria orgânica e sombra. Dessa forma, vários tipos de plantações, como a de banana, café, cacau, margens de rios, solos úmidos, matéria orgânica e até lixo são locais propícios”, disse.

A profissional informa ainda que no Estado há relato da presença desse inseto em todo o território, entretanto, destaca que há mais de 500 espécies de maruins no Brasil, “sendo apenas uma, a Culicoides paraenses, incriminada como vetor da doença”.

Karina Bertazo complementa: “A principal característica ecológica do C.paraensis é a alta densidade populacional em área com plantação de bananas, hábitat primário dessa espécie. Porém, ela também é encontrada em outros tipos de plantações que oferecem a matéria orgânica, a umidade e a sobra necessárias. Essa, assim como as demais espécies do maruim, não são consideradas vetores urbanos, por isso os casos se concentram em áreas rurais e periurbanas”, ressaltou a referência técnica.

Cuidados

Uma das principais recomendações, em especial neste momento com a chegada do Verão, período que caracteriza o aumento da infestação do maruim, é evitar as áreas onde há infestação, principalmente para as gestantes, uma vez que a Secretaria da Saúde já identificou a transmissão vertical do Oropouche em quatro pacientes no Estado, além do caso de má-formação congênita em um recém-nascido.

Mas, caso isso não seja possível, a Sesa orienta o uso de roupas de manga longa, calça comprida e sapatos fechados, como forma de evitar a picada do maruim. Além disso, se houver infestação próximo de casa, é indicado fechar as janelas no horário de pico do vetor.

Para o Ministério da Saúde, as recomendações em relação aos principais de cuidados a serem seguidos são: 

- Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores;

- Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele;

- Limpeza de terrenos e de locais de criação de animais;

- Recolhimento de folhas e frutos que caem no solo;

- Uso de telas de malha fina em portas e janelas.

 

Moro em região de infestação do maruim e fui picado, o que fazer?

Os primeiros sintomas aparecem entre 3 e 8 dias após a picada do inseto, podendo durar de 2 a 7 dias. Os sintomas são parecidos com os da dengue e da chikungunya, com quadro clínico podendo evoluir com febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular e dor articular.

No início dos sintomas, é importante que a população procure imediatamente a unidade de saúde mais próxima, e relate ao profissional de saúde sobre sua exposição potencial à doença. O diagnóstico para a Febre Oropouche é realizado por exames laboratoriais de biologia molecular (RT-qPCR), feitos pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES).

Não há tratamento específico disponível para a doença, sendo tratada os sintomas, com prescrição de medicamentos que auxiliam no alívio dos sintomas.

 

Informações à Imprensa:

Assessoria de Comunicação da Sesa

Syria Luppi / Luciana Almeida / Danielly Campos / Thaísa Côrtes / Ana Cláudia dos Santos

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