02/10/2010 12h14 - Atualizado em 21/01/2019 15h50

Secretaria da Justiça inicia aulas para instalação de call center na Penitenciária Feminina de Cariacica

A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) realizou, nesta sexta-feira (1º), a aula inaugural do “Projeto Viva Voz”, resultado da parceria entre a Diretoria de Ressocialização do Sistema Penal (Diresp), o Centro de Estudos e Aplicações para as Novas Tecnologias Educacionais (Ceante) e a MyData. Trezentas mulheres da Penitenciária Feminina de Cariacica (PFC), localizada no município de Cariacica, serão capacitadas para trabalhar em um dos primeiros call centers de unidade prisional do Brasil.

A experiência ousada, garante o italiano criador do projeto, Fernando Dal Piero, tem sido bem sucedida em outros países. “Tive a oportunidade de implantar o projeto em outros países de língua portuguesa, como Timor Leste, Angola e Portugal. O ambiente prisional fica melhor, trabalhar os aspectos emocionais fica mais fácil e as mulheres se sentem mais preparadas para encarar o mercado de trabalho”, relata Dal Piero.

Inicialmente, 80 detentas participarão do curso, com carga horária de 240 horas/aula. Ainda nessa etapa, as mulheres serão beneficiadas com remição de pena. Ao fim das primeiras 40 horas de curso, todas estarão aptas para o trabalho no call center, previsto para ser inaugurado em um mês. Ao fim do curso técnico em telemarketing, as internas receberão certificado.

Trabalho

Ao todo, 120 mulheres receberão o salário base da categoria (R$ 600,00) para trabalhar em turnos de 6 horas – respeitando a legislação. A central funcionará em dois turnos, totalizando 12 horas diárias de atendimento telefônico. Em um futuro próximo, de acordo com o interesse das empresas parceiras, revela o presidente do Ceante, Ubirajara Frazão Gonçalves, o call center poderá funcionar durante 24 horas.

Vão atuar no Centro, 120 internas.

Para o secretário de Estado da Justiça, Ângelo Roncalli, a iniciativa reforça o novo modelo de gestão empregado nas unidades prisionais do Espírito Santo. “Esse é um passo concreto que damos em direção ao novo modelo de ressocialização. É uma ideia arrojada, mas bem fundamentada e aperfeiçoada com base nas experiências que de outros países. Estamos abrindo portas e dando lugar a novas ideias para o sistema prisional capixaba”, defende Roncalli.

Para garantir a segurança do projeto, o call center vai contar com monitores e um moderno sistema de reconhecimento de voz. “Temos um sistema que permite notar qualquer alteração vocal. Se uma das mulheres mudar de tom durante a ligação, o sistema automaticamente cancela a ligação. O script está bem definido. E essa capacitação vai ajudar as mulheres a reeducar a linguagem e a perder um pouco das gírias”, explica o presidente do Ceante.

A diretora da unidade prisional, Mônica Tamanini, resume a importância do investimento em educação e trabalho para as internas. “Não é papel do Estado forçar uma mudança de pensamento. É a mulher quem deve buscar a ressocialização. O que fazemos é dar ferramentas e capacitação, mostrar o caminho que elas devem trilhar. Já percebo o interesse das internas e realmente acredito que essa oportunidade fará com que reflitam, aprendam e cresçam cada vez mais”, define.

Investimentos

Inaugurada em agosto deste ano, juntamente com a Penitenciária Semiaberta Feminina de Cariacica, a Penitenciária Feminina de Cariacica conta com 324 vagas - sendo 12 exclusivas para mães em fase de amamentação. Ambas contam com espaços específicos ao atendimento à saúde, educação, trabalho e qualificação profissional. As penitenciárias somam um investimento, com recursos próprios do Estado de R$ 21,4 milhões.




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