O secretário de Estado da Justiça, Ângelo Roncalli, se reuniu, nesta quinta-feira (23), com integrantes do Instituto de Apoio e Desenvolvimento Empresarial e Educacional (Iade) para estudar a implantação de cursos de informática na Penitenciária de Segurança Média de Colatina (PSMECOL). O projeto é uma parceria da Sejus com a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect).

Durante o encontro, que também contou com a presença da juíza da Vara de Execução Penal de Colatina, Simone Tedoldi Spalenza, foi estabelecido o cronograma de implantação do curso. As aulas devem ter início, no mínimo, em 30 dias. A diretora pedagógica do Iade, Giovana Reali, comemorou o resultado da reunião.

“Temos outros projetos de inclusão digital nos quais atendemos crianças carentes e pessoas que sempre estiveram à margem da sociedade. A partir daí, tivemos a ideia de implantar salas de aula dentro do presídio”, relatou. “Nosso curso é em módulos: primeiro, vêm os cursos básicos, depois, os profissionalizantes”, explicou a diretora.

Segundo Giovana Reali, o município de Colatina possui carência de profissionais de design gráfico e programação, cursos que em um futuro próximo também serão ministrados na unidade. Para o secretário da Justiça, o investimento em educação auxilia o processo de ressocialização no qual os detentos estão inseridos.

“Para participar do curso, os internos terão de passar por um processo seletivo. Essa conquista, por si só, garante uma satisfação para eles, pela chance de pensar ‘eu consegui essa vaga’. Essa valorização resgata a autoestima perdida, pacifica e prepara os detentos para a reintegração social”, argumentou o secretário Ângelo Roncalli.

A juíza Simone Tedoldi Spalenza, parceira da Secretaria de Estado da Justiça nos programas de ressocialização implantados nas unidades prisionais de Colatina, destacou a mudança que tem observado nos detentos. “A Penitenciária (Regional de Colatina) é um modelo para todo o País. Aqui, tenho certeza que o preso tem uma vida melhor”, relatou.

“Muitos chegam machucados sentimentalmente e feridos pelo erro. Acredito que o trabalho de educação, juntamente à assistência que recebem na unidade, desperta não só a autoestima, mas também o amor em cada um. É fácil notar isso no comportamento que possuem quando saem daqui”, lembrou a juíza.