29/03/2019 18h11 - Atualizado em 31/03/2019 08h00

Secult oferece programações em diferentes espaços direcionadas a estudantes

A Galeria Homero Massena, o Palácio da Cultura Sônia Cabral e a Biblioteca Pública do Espírito Santo (BPES) desenvolvem projetos para estimular o interesse de crianças e adolescentes pela cultura. Ao visitar os espaços gratuitamente, os alunos podem escutar música clássica, viajar pelo mundo dos livros, sensibilizar-se com instalações artísticas e muito mais.

Educadores que já levaram estudantes a esses espaços, a viagem permitiu às crianças expandir seus horizontes, conhecendo e sendo impactadas por outras realidades. Outros benefícios são a chance de conhecer a história de Vitória e complementar os conhecimentos adquiridos em sala de aula.

Segundo os professores da EEEFM Maria Penedo de Valparaíso, na Serra, uma das funções da escola é apresentar outras possibilidades que os alunos não teriam a chance de vivenciar. “Eu queria mostrar que, fora do dia a dia deles, há outras coisas que são tão incríveis e eles nem conhecem” afirma Lais, professora de Ciências.

De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), quase 60% dos brasileiros nunca foram a um teatro ou a um show de dança, 70% nunca entraram em um museu ou em centros culturais. Dificuldade de acesso a preços exorbitantes são algumas das justificativas, mas uma das principais é a falta de tempo. Quando há tempo livre, os jovens preferem ver tevê ou navegar na internet. É para mudar essa realidade que os espaços culturais da Secult prepararam programações direcionadas a aproximar a nova geração das galerias, museus, teatros e bibliotecas de Vitória. 

“A cultura é fundamental pois tem a capacidade única de agregar e ligar diversos segmentos da sociedade” afirma o gerente de Articulação e Espaços Culturais da Secult, Vinicius Fábio. “Cultura e Educação caminham juntas. Eixos transversais, mas também centrais para a construção de uma cultura cidadã e educação libertadora” complementa.

Livros

  Nada melhor do que um bate-papo na biblioteca para adentrar o universo literário. Quem confirma isso é o escritor residente da Biblioteca Pública do Espírito Santo, Pedro J. Nunes, mentor do projeto “Semeando a Leitura”. Ele frequenta as redes Pública e Privada de Ensino a fim de aproximar os jovens dos livros.

Em conversa descontraída no auditório da BPES, ele propõe aos estudantes um significado para a leitura, explorando sua potência transformadora. “E não estou sozinho nessa cruzada: uma leva de escritores capixabas faz o mesmo, formando leitores de norte a sul”, defende Pedro. 

Além dessa iniciativa, outro grande atrativo da Biblioteca é a visita monitorada, cuja gestão é feita por profissionais e estagiários do ramo. Cada um dos setores é apresentado aos alunos com informações sobre o funcionamento e atividades gerais e complexas do órgão. A visita reforça o contato entre a comunidade e público infanto-juvenil, além de integrá-los à cultura local. O serviço é gratuito e basta que o professor ou coordenador entre em contato para fazer o agendamento.

Foi o que fez a professora Mirian Aparecida Rocha após conhecer os projetos. Quando lecionava Língua Portuguesa na EMEF Córrego São Paulo, da zona rural de Domingos Martins, a educadora viu necessidade de visitar a BPES devido à falta de acervo na escola. “Estamos distantes da cidade, então tudo é de difícil acesso. Alguns alunos costumam nem continuar o estudo após o nono ano”, afirma.

Organizou a viagem e, no final do ano passado, levou as crianças do ensino fundamental para conhecerem a biblioteca. “Quando viram os mangás, ficaram fascinados. Apresentei livros da literatura estrangeira e eles aproveitaram muito, folheando Romeu e Julieta, Harry Potter, obras que não podíamos oferecer na nossa escola e que eu citava em sala de aula”, relembra.

Além do estímulo à leitura, outra pauta trabalhada foi a inclusão social, levantada assim que conheceram o setor Braille. “Tínhamos algumas crianças com limitações no grupo, então conhecer os deficientes visuais foi uma troca. Puderam ter o contato com as diferenças, assunto pouco discutido no campo” conta Miriam.

   Teatro

Estudantes da EEEFM Maria Penedo, de Valparaíso, na Serra, acompanharam a apresentação do projeto Ensaio Aberto, no Palácio da Cultura Sônia Cabral. “Ey sempre tive vontade de escutar uma orquestra e essa é a primeira vez. Eu achei tudo muito bonito, as vozes muito belas”, contou Mateus Silva, do 9º ano, da escola Maria Penedo. Geisiele, do primeiro ano, aprendiz do instituto Gênesis, achou a apresentação “espetacular, maravilhosa”. Ao fim, emocionada, pediu a um dos violinistas para tocar um trecho da música do filme Titanic e foi prontamente atendida. 

O projeto lotou o Sônia Cabral e levou ao teatro cerca de 180 alunos, todos atentos durante o ensaio da Orquestra Sinfônica da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames). Durante a apresentação, eles também tiveram a chance de interagir com o maestro Sanny Souza, que explicou a história da peça e mostrou os sons de cada instrumento separadamente.

Para Renan Oaks, administrador do Palácio da Cultura Sônia Cabral, é essencial que os estudantes “vejam acontecer e saibam que podem ocupar os espaços culturais”. Segundo ele, essa é a solução para aumentar o acesso a atividades culturais.

“A gente começa a mudar atingindo as escolas no berço, levando a formação para os estudantes, mostrando a eles que existem espaços que potencializam o conhecimento cultural e que dão visibilidade a quem tenha interesse em trabalhar nessa área”, enfatiza.

Além do “Ensaio Aberto”, que ocorre toda quarta, há o “Sessão Cineclube: Sônia Cabral”. Toda terça, o palco do teatro vira tela de cinema com a mostra de curtas, longas e videoclipes. A proposta é difundir e debater as produções audiovisuais capixabas. Após a sessão, a equipe do filme responde aos questionamentos dos estudantes.  

Renan ainda destaca que a proximidade do Centro Histórico de Vitória permite que vários espaços sejam visitados em um mesmo dia. “Os lugares são tão próximos que as escolas podem levar seus estudantes para conhecer vários pontos turísticos”. Por exemplo, após visitar o teatro, é possível conferir a instalação artística “Trabalho do Chão”, de Claudia Franca, na Galeria Homero Massena. O espaço divide uma parede com o Sônia Cabral.

Para Nicolas Soares, coordenador da galeria, o ensino da arte permite aos estudantes lidarem de forma mais sensível com o que acontece em suas vidas. Assim, as discussões levantadas nas exposições refletem na vivência dos estudantes e são inseridas nos ciclos vividos por eles. “A arte tem um discurso. Se a gente consegue conceituar realmente esse ensino de arte, o que é passado, o que é trabalhado, o que é debatido, a gente consegue aproximar esses estudantes de uma vivência da arte de hoje” reflete.

A Galeria Homero Massena desenvolve um projeto de formação para aproximar as escolas da produção artística capixaba. No projeto, os professores são convidados a entrar em contato com os artistas para levar as questões para as salas de aulas. Em 2018, a Galeria Homero Massena recebeu 2.123 alunos das redes Municipal e Estadual.

“Essa interlocução com a galeria acaba sendo uma forma de sanar essa lacuna e aproximar esses dois espaços” relata a arte-educadora Júlia Rocha ao explicar a importância do curso de formação de professores realizado para a exposição “Trabalho de Chão”.

Serviço

Biblioteca Pública Estadual

Caso a escola tenha interesse nas visitas guiadas na biblioteca e pelo bate-papo com o escritor Pedro J. Nunes, é solicitado que marque a visita na coordenação da BPES, por telefone ou pessoalmente, com antecedência mínima de dez dias. O público máximo admitido é de 30 estudantes. Para mais informações: (27) 3137-9349, ou pelo e-mail bpes@secult.es.gov.br.

Galeria Homero Massena

Visitação até 25 de maio

Exposição “Trabalho do Chão”, de Cláudia França

Na nova exposição da Galeria Homero Massena, “Trabalho do Chão”, a artista plástica mineira radicada em Vitória Cláudia França recria um ambiente doméstico de forma simbólica para gerar reflexões sobre as noções de paisagem e arquitetura e as relações humanas.

Visitas Guiadas: a galeria possui mediadores que recebem e guiam os estudantes pela exposição. Agendamentos podem ser realizados pelo telefone: 3132.8395.

A Galeria Homero Massena fica localizada na Rua Pedro Palácios, nº 99 - Cidade Alta - Centro de Vitória. Funcionamento: segunda a sexta - 9h as 18h e Sábado - 13h as 17h. Entrada gratuita.

Palácio da Cultura Sônia Cabral

3, 10 e 24/04 - Quartas-feiras - 14h30

Projeto Ensaio Aberto - Classificação Livre

O projeto convida estudantes de escolas públicas e faculdades para presenciar o que é e como funciona uma orquestra. No ensaio, os estudantes poderão conferir, ao vivo, os músicos praticando para uma orquestra. Além disso, o maestro interage com a plateia, explicando ao público o funcionamento interno da orquestra e termos específicos da profissão. Interessados agendar pelo telefone 3132-8399

GRATUITO

9, 16, 23 e 30/04 | 14 horas

Sessão Cineclube: Sônia Cabral - Classificação Livre

Você já viu uma produção audiovisual capixaba? O projeto “Cineclube: Sônia Cabral” começa a exibir toda terça-feira curtas, longas e videoclipes realizados no Espírito Santo.  Após cada uma das sessões, os estudantes poderão tirar dúvidas sobre direção, atuação e outros aspectos técnicos com a equipe do filme. Interessados agendar pelo telefone 3132-8399

Todas as atividades são gratuitas

Texto: Carla Nigro e Maria Fernanda Conti (estagiárias do Palácio da Cultura Sônia Cabral e da Galeria Homero Massena).

Informações à imprensa:

Assessoria de Comunicação da Secult

Aline Dias/ Danilo Ferraz/ Erika Piskac

(27) 3636-7111/99808-7701/99902-1627

secultes.imprensa@gmail.com

comunicacao@secult.es.gov.br

Facebook: secult.espiritosanto

Instagram: @secult.es

2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard