12/11/2018 11h33 - Atualizado em 12/11/2018 14h34

Semana Mundial de Uso Consciente de Antibióticos chama a atenção para o risco da automedicação

Muitas pessoas costumam manter em casa a famosa “farmacinha”, com remédios usados para tratar uma simples dor de cabeça até uma infecção urinária. No entanto, o uso indiscriminado de medicamentos, em especial os antimicrobianos (drogas que têm a capacidade de inibir o crescimento de micro-organismos, indicadas, portanto, apenas para o tratamento de infecções microbianas sensíveis – os antibióticos), podem levar a sérios problemas de saúde.

 

Para alertar sobre os riscos do uso sem controle de antibióticos, a partir da próxima segunda-feira (12) até o dia 18 de novembro, acontece a Semana Mundial de Uso Consciente de Antibióticos. Segundo a chefe do Núcleo Especial de Vigilância Sanitária, Kelly Rose Areal, a conscientização da população é o foco principal do movimento, para evitar que esse tipo de medicação seja consumido sem controle. “O uso indiscriminado de antibióticos pode provocar resistência das bactérias aos medicamentos disponíveis no mercado, tornando cada vez mais difícil o tratamento de infecções”, disse Kelly.

 

Ela destacou ainda que o problema da resistência aos antimicrobianos é uma das maiores preocupações em saúde pública, pois gera uma série de consequências para toda a população como, por exemplo, o prolongamento de doenças, o aumento da taxa de mortalidade, o aumento no tempo de internação hospitalar e a ineficácia dos tratamentos terapêuticos e preventivos. Em contrapartida, a segurança trazida por esses medicamentos alavancou a longevidade e a qualidade de vida humana.

 

Para alertar a população sobre os riscos, a Gerência de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) irá realizar uma ação de conscientização, no dia 27 de novembro, no Shopping Vitória, com a entrega de folhetos informativos sobre esses medicamentos.

De acordo com Kelly, as ações vêm ocorrendo desde novembro de 2017, quando foram desenvolvidos trabalhos nas universidades com os futuros profissionais de saúde e capacitação de técnicos das vigilâncias sanitárias.  A proposta é que os trabalhos sejam desenvolvidos até o ano de 2021 envolvendo a conscientização dos prescritores, usuários, estudantes e profissionais de saúde para o uso racional de antibióticos.

 

“Os antibióticos são medicamentos utilizados para eliminar as bactérias e tratar doenças provocadas por elas, mas as bactérias têm mecanismos para se defenderem quando são expostas repetidas vezes e por longos períodos aos antibióticos. A resistência aos antibióticos é uma defesa natural das bactérias e pode ser transferida para outras bactérias no meio-ambiente e para as gerações seguintes, com alta capacidade de disseminação. Apesar de ocorrer naturalmente, o problema tem se agravado a partir do uso inadequado de antibióticos tanto na saúde humana quanto dos animais. Por isso, está cada vez mais difícil tratar um crescente número de infecções e a resistência aos antimicrobianos é considerada uma das maiores preocupações globais em saúde pública”, explicou.

 

Dados mundiais sobre o consumo de antimicrobianos corroboram as preocupações com a saúde pública. Entre 2000 e 2010, o consumo de antimicrobianos aumentou 36% em 71 países, sendo o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul os responsáveis por 3/4 desse aumento.

 

Estima-se que, no ano de 2050, caso não sejam tomadas ações efetivas para controlar os avanços da resistência aos antimicrobianos, uma pessoa morrerá a cada 3 segundos em consequência desse agravo, o que representará 10 milhões de óbitos por ano.

 

Reunião Multissetorial

No dia 12 de setembro deste ano, o Núcleo Especial de Vigilância Sanitária (NEVS) realizou a 1ª Reunião Multissetorial, que tratou sobre a resistência do organismo aos antibióticos.

No encontro foram discutidos o plano de ação da Vigilância Sanitária para a resistência aos antimicrobianos, a situação de resistência aos antibióticos no Espírito Santo e as ações para o uso consciente destes medicamentos.

 

A meta estabelecida pela Comissão de Vigilância Sanitária em Resistência aos Antimicrobianos (CVSRM) é de reduzir o consumo de antimicrobianos na saúde humana em 15% até o ano de 2021.

 

De acordo com a chefe do Núcleo Especial de Vigilância Sanitária, Kelly Rose Areal, isso seria possível com a conscientização da população, dos médicos e dos gestores da saúde sobre o uso desses medicamentos, por meio de capacitação dos profissionais de saúde, aprimoramento da rede de laboratórios para a vigilância e do monitoramento dos antimicrobianos, redução da incidência de infecções com medidas eficazes de prevenção e controle nos serviços de saúde, redução do uso de antimicrobianos sem prescrição médica, entre outras ações.

 

Saiba mais

Usuários:

- Somente utilizar antibióticos indicados por receita de um profissional;

- Não usar antibióticos que sobraram de tratamentos anteriores;

- Não compartilhar o seu antibiótico com os outros;

- Adotar medidas simples para prevenir infecções: lavar as mãos, manter sua vacinação em dia, fazer sexo seguro e cobrir o nariz e boca ao espirrar.

 

Prescritores:

- Avaliar os resultados da cultura;

- Discutir o caso com outro especialista caso tenha dificuldade para prescrever um tratamento;

- Rever se o esquema antimicrobiano está adequado ao regime prescrito inicialmente;

- Considerar o perfil de sensibilidade dos antimicrobianos utilizados no hospital;

- Descalonar, se possível.

 

 

 

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Saúde
E-mail: asscom@saude.es.gov.br
Tels: (27) 3347-5642/3347-5643

 

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