Sesa participa do III Simpósio InfoHansen para fortalecer combate à hanseníase no Espírito Santo
A Secretaria da Saúde (Sesa) marcou presença no III Simpósio InfoHansen, evento promovido pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), nesta quinta-feira (30). O evento, que acontece até esta sexta-feira (31) e está sendo realizado no Auditório Rosa Maria Paranhos, no Centro de Ciências da Saúde da Ufes, conta com o apoio da NHR Brasil, organização social sem fins lucrativos que atua na promoção de ações voltadas ao enfrentamento da hanseníase.
O simpósio reúne profissionais renomados da saúde, pesquisadores, acadêmicos e gestores. O objetivo é discutir os avanços científicos e desafios no diagnóstico, tratamento, vigilância e manejo da hanseníase. Entre os temas abordados estão: Celebração do Dia Internacional de Conscientização sobre a Hanseníase; Situação epidemiológica da hanseníase no mundo e no Brasil: Estratégias de controle da OMS e do Ministério da Saúde (MS); Conceito, definição de caso, quadro clínico e classificação; Principais diagnósticos diferenciais das lesões cutâneas da hanseníase; Reações hansênicas, desafios e perspectivas para sua eliminação; Políticas públicas e ações de controle, além dos impactos psicossociais da doença, entre outros assuntos.
O secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann, destacou a relevância do evento para o fortalecimento das políticas públicas voltadas ao combate da hanseníase no Estado.
“A hanseníase ainda representa um desafio de saúde pública, especialmente em áreas de maior vulnerabilidade social. Em 2024, registramos 472 novos casos no Espírito Santo e ainda temos uma média de 40 novos casos ao mês, o que reforça a necessidade da ampliação no diagnóstico precoce, a vigilância e o tratamento adequado da doença. A participação da Sesa no simpósio reafirma o compromisso do Estado em auxiliar a capacitação de profissionais e disseminar conhecimento para a eliminação da doença”, destacou o secretário Tyago Hoffmann.
A Doença
A hanseníase é uma doença crônica e infecciosa de evolução lenta, que afeta os nervos periféricos e provoca lesões na pele, principalmente em braços, mãos, pernas, pés e olhos. Os sinais e sintomas da doença também aparecem em forma de manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele, alteração de sensibilidade, fraqueza e/ ou dormência em mãos e pés, além de ressecamento de olhos e nariz.
Apesar de sua gravidade, a doença tem cura e o tratamento é oferecido gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). A transmissão ocorre pelas vias respiratórias, embora o contágio seja relativamente baixo, pois a maioria das pessoas tem resistência natural à bactéria e pelo contato prolongado com pessoas doentes não tratadas. O tratamento, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tem duração de seis a 12 meses, dependendo da classificação clínica do paciente.
Além das palestras e da realização de mesas-redondas, o III Simpósio InfoHansen visa a proporcionar estudos de caso e discussões sobre experiências exitosas no enfrentamento da hanseníase. O evento também reforça a importância do projeto InfoHansen, iniciativa que visa a disseminar informações sobre a doença, reduzir o estigma associado a ela e aprimorar as práticas de diagnóstico e tratamento por meio de materiais educativos, cursos e eventos.
O subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, ressaltou a importância do compartilhamento de conhecimento da hanseníase como um todo para o enfrentamento da doença.
“A capacitação contínua dos profissionais de saúde é essencial para o diagnóstico precoce e o manejo adequado dos casos, evitando sequelas e contribuindo para a quebra da cadeia de transmissão. A Sesa investe na busca ativa de casos, no monitoramento de indicadores e em treinamentos, como o apoio aos municípios, fortalecendo a rede de atenção e garantindo assistência de qualidade aos pacientes”, disse o subsecretário Orlei Cardoso.
O Programa Estadual de Controle da Hanseníase no Espírito Santo tem como principal objetivo a redução da carga da doença por meio do diagnóstico precoce e da vigilância ativa, bem como recomendar, executar e avaliar as atividades de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação dos casos. As estratégias incluem o monitoramento dos casos, a análise periódica de indicadores de cura e transmissão, além de parcerias com instituições acadêmicas e campanhas de conscientização para sensibilizar a população.
Dados
Casos diagnosticados no Espírito Santo
O número de casos de hanseníase diagnosticados, em 2023, foi de 468 novos casos. Em 2024, 472 novos casos foram detectados no Espírito Santo. Dados foram extraídos do Sistema de Notificação do Estado do Espírito Santo, utilizado também para o agravo de Hanseníase – E-SUS VS.
Onde tratar a Hanseníase
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza testes à população, que são realizados na Atenção Primária à Saúde (APS), além do tratamento e o acompanhamento dos pacientes com hanseníase em Unidades Básicas de Saúde, não sendo necessário a internação. O tratamento medicamentoso é realizado com a associação de três antimicrobianos — rifampicina, dapsona e clofazimina —, que são denominados de Poliquimioterapia Única (PQT-U). O medicamento é fornecido pelo Ministério da Saúde e dispensado pela Gerência Estadual de Assistência Farmacêutica (GEAF) aos municípios do Espírito Santo.
É fundamental que a população procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da residência para receber orientações essenciais sobre a doença e poder conduzir o tratamento, caso necessário.
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