Profissionais de saúde que atuam na rede pública participam, a partir desta sexta-feira (17), de um curso de capacitação em fitoterapia e plantas medicinais, promovido pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

Esse será o primeiro curso realizado pela Sesa na área de fitoterapia, que é o estudo das plantas medicinais e de suas aplicações na cura das doenças. Ao todo, serão capacitados 60 médicos, veterinários, odontólogos, nutricionistas, enfermeiros e farmacêuticos, indicados pelas secretarias municipais e regionais de Saúde de todo o Estado.

Com uma carga horária de 40 horas, dividida em nove módulos, o curso abordará a Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares (PIC) e conteúdos sobre os diferentes aspectos das plantas medicinais e da fitoterapia, de forma a permitir uma visão ampla sobre as espécies vegetais e suas propriedades medicamentosas.

Segundo a coordenadora estadual das Práticas Integrativas e Complementares da Sesa, a médica homeopata e uma das organizadoras do curso, Ana Rita Novaes, o objetivo é formar multiplicadores com conhecimentos sobre a importância e os benefícios das PIC e capacitar profissionais para a utilização clínica da fitoterapia na rede pública, atendendo às diretrizes das Políticas Nacional e Estadual de Práticas Integrativas e Complementares e da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.

Os tópicos do curso incluem legislação fitoterápica, noções de botânica, farmacologia, efetividade clínica, semiologia, dentre outros, que serão apresentados por doutores, mestres e especialistas em fitoterapia.

A farmacêutica do Centro de Referência em Homeopatia (CRHA) da Sesa, Áurea Scárdua Saade Cavalcanti, explica que ainda existe muita controvérsia sobre a ação das plantas medicinais no meio médico e científico, sendo que esse recurso já é bastante difundido na cultura popular e conta com o respaldo de vários trabalhos científicos publicados em todo o mundo.

Ana Rita Vieira de Novaes também destaca que essas práticas possuem critérios de uso e vêm sendo utilizadas ao longo de milhares de anos em diversas civilizações, contribuindo para recuperação da saúde de inúmeras pessoas em todo o mundo.

No Brasil, o Ministério da Saúde já liberou oito plantas para uso medicinal, entre elas o guaco, utilizado para problemas das vias respiratórias; a espinheira santa, para mucosa do estômago; e a garra do diabo, para saúde bucal.

Durante o curso, os participantes aprenderão ainda sobre as partes corretas das plantas – folha, caule ou raiz - a serem usadas com fins medicinais, e onde adquiri-las. “Pretendemos criar um grupo de estudo para buscar soluções para que a própria rede pública possa fornecer esses componentes futuramente”, completa Áurea.

Para Ana Rita, é fundamental ainda a criação de uma rede de profissionais e instituições interessadas em promover avanços científicos na área de fitoterapia, com capacidade para realizar eventos, seminários, pesquisas e projetos comunitários envolvendo os usuários do SUS.

Serviço
I Curso de Capacitação em Fitoterapia e Plantas Medicinais da Sesa
Carga horária: 40 horas, dividas em 9 módulos de 4 horas, às 6ª feiras de 8  às 12 horas e de 14 às 18 horas
Local do curso: Auditório do CRE Metropolitano (2º andar)