Sesa recomenda vacinação contra sarampo para viagens de férias
As férias de final e início de ano estão chegando, e muitas pessoas, nesse período, costumam passear pelos mais variados cantos do Brasil e do mundo. Por isso, devido à identificação de casos de sarampo em pelo menos 11 estados brasileiros, a recomendação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) é a vacinação para quem pretende viajar neste período. O sarampo é uma doença que pode resultar em complicações graves, como encefalite, pneumonia e perda permanente da visão, e até mesmo causar a morte.
Há 18 anos o Espírito Santo não registra casos de sarampo. O último caso autóctone da doença registrado no Estado foi em 1999.
De acordo com o Ministério da Saúde, desde o início deste ano até 27 de novembro, foram confirmados 10.163 casos no Brasil. Atualmente, o País enfrenta dois surtos de sarampo: no Amazonas, com 9.695 casos confirmados, e em Roraima, com 347 casos. Três estados apresentaram óbitos pela doença: Roraima (4), Amazonas (6) e Pará (2).
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, os surtos ocorridos neste ano são importados de outros países, já que o genótipo do vírus (D8), que está circulando no Brasil, é o mesmo que circula na Venezuela, país com surto da doença desde 2017. Alguns casos isolados, e também relacionados à importação, foram identificados nos estados de São Paulo (3); Rio de Janeiro (19); Rio Grande do Sul (45); Rondônia (2); Bahia (2); Pernambuco (4); Pará (41); Distrito Federal (1) e Sergipe (4).
Por conta desses dados, a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Danielle Grilo, destacou que, com a aproximação das férias, é preciso ter atenção especial àquelas pessoas que pretendem viajar principalmente para o Amazonas e Roraima, e também os que pretendem ir para a Europa, onde também há casos da doença.
“A vacina tríplice viral é indicada conforme calendário nacional de vacinação, mas devem ter especial atenção aquelas pessoas que vão viajar para os estados do Amazonas e de Roraima e também viajantes internacionais, principalmente aqueles que vão para a Europa”, destacou.
Danielle explicou que neste ano, na rotina de vacinação, foram aplicadas 175.863 doses de tríplice viral, além das doses da campanha realizada em agosto, que foi uma campanha indiscriminada contra o sarampo para crianças de 1 ano a menores de 5 anos. Não há casos de sarampo confirmados no Espírito Santo em 2018.
“Podem se vacinar na rotina pessoas de 1 ano a 49 anos de idade, sendo que, de 1 a 29 anos é preciso ter duas doses da vacina tríplice viral, e de 30 a 49 anos, uma dose da vacina tríplice viral. Já os trabalhadores da saúde, por serem um grupo de risco, devem ter duas doses da vacina tríplice viral independentemente da idade”, explicou.
Ainda de acordo com Danielle, a vacinação é fundamental em todas as faixas etárias para a prevenção de uma série de doenças infecciosas. Ela destacou que, na saúde, a vacinação promove a diminuição da morbimortalidade por doenças imunopreveníveis, por meio do controle, eliminação e erradicação das mesmas.
“Além disso, a vacinação reduz os custos com atenção à saúde e promove melhoria na qualidade de vida das pessoas”, frisou.
Grupos contrários à vacinação
Apesar de a vacinação ser uma das maiores conquistas da humanidade e o meio mais seguro e eficaz de prevenir doenças infectocontagiosas, muitos pais não têm protegido seus filhos. Trata-se do chamado Movimento Antivacina, formado por grupos que se recusam a vacinar os filhos ou a si mesmos, que tem ganhado forças e afetado toda a sociedade.
Levantamentos da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) apontam que a queda nas taxas de vacinação de bebês com menos de um ano no Brasil preocupa cada vez mais. Doenças graves que, em alguns casos, levam à morte, e eram consideradas eliminadas, como o sarampo, a poliomelite e a difteria, podem voltar a afetar a população no País.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2017, o índice de vacinação no Brasil atingiu o menor nível dos últimos 16 anos. Apenas 71% a 84% das crianças até 2 anos foram vacinadas contra poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, difteria, varicela, rotavírus e meningite. A meta de imunização era de 95%.
Os prejuízos causados pela falta de vacinação já estão se tornando realidade, tendo como exemplo o sarampo, que após ser considerado eliminado, nos últimos dois anos, retornou ao Brasil, com casos confirmados nos estados de Roraima, Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Bahia, Pernambuco, Pará, Distrito Federal e Sergipe. Treze mortes foram confirmadas no Brasil.
Há 18 anos o Espírito Santo não registra casos de sarampo. O último caso autóctone da doença registrado no Estado foi em 1999. Houve um caso importado em 2013.
“O risco para as crianças que não são vacinadas é de adoecimento e até mesmo morte por doenças imunopreveníveis. Tomar vacinas é a melhor maneira de se proteger de uma variedade de doenças graves e de suas complicações”, destacou Danielle.
Ela disse ainda que a decisão de não vacinação de alguns pode representar um sério risco para a saúde de outros e um pesado ônus para os serviços de saúde, bastando verificar quantas doses de vacinas de bloqueio precisam ser aplicadas em consequência de um surto e a ocupação dos serviços ambulatoriais e de internação com doenças evitáveis. “As liberdades individuais devem ser comparadas aos benefícios públicos, e o bem-estar da comunidade deve ser anteposto aos desejos individuais.”
Saiba mais
O que é sarampo?
O sarampo é uma doença infecciosa exantemática aguda, transmissível e extremamente contagiosa, podendo evoluir com complicações e óbitos, particularmente em crianças desnutridas e menores de 1 ano de idade.
Sintomas
Febre alta, acima de 38,5°C; dor de cabeça; manchas vermelhas, que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida, se espalham pelo corpo; tosse; coriza; conjuntivite; manchas brancas que aparecem na mucosa bucal, conhecidas como sinal de koplik, que antecede de 1 a 2 dias o aparecimento das manchas vermelhas.
Transmissão
A transmissão ocorre de quatro a seis dias antes e até quatro dias após o aparecimento da erupção da pele (exantema). O período de maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e dois dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é transmissível.
Casos no Brasil e no mundo
Nos últimos anos, casos de sarampo têm sido reportados em várias partes do mundo e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os países dos continentes europeu e africano registraram o maior número de casos da doença.
No Brasil, os últimos casos de sarampo foram registrados no ano de 2015, em surtos ocorridos nos estados do Ceará (211 casos), São Paulo (dois casos) e Roraima (um caso), associados ao surto do Ceará.
Em 2016, o Brasil recebeu o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo pela OMS, declarando a região das Américas livre do sarampo.
A Venezuela enfrenta desde julho de 2017 um surto de sarampo, sendo a maioria dos casos proveniente do estado de Bolívar. A atual situação sociopolítica econômica enfrentada pelo país ocasiona um intenso movimento migratório que contribuiu para a propagação do vírus para outras áreas geográficas.
Casos confirmados no Brasil (até 26/11/2018)
Amazonas: 9.695
Roraima: 347
Rio Grande do Sul: 45
Pará: 41
Rio de Janeiro: 19
Sergipe: 4
Pernambuco: 4
São Paulo: 3
Rondônia: 2
Bahia: 2
Distrito Federal: 1
- Nos estados Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Pará, Rio Grande do Sul e Bahia o genótipo identificado foi o D8 o mesmo que está circulando na Venezuela, Amazonas e Roraima, com exceção de dois casos: um caso do Rio Grande do Sul, que viajou para a Europa e importou o genótipo B3; e outro caso de São Paulo, com genótipo D8, mas que tem histórico de viagem ao Líbano, sem qualquer relação com os surtos da Venezuela e do Brasil.
- Até o momento, no Brasil, foram confirmados 12 óbitos por sarampo.
Prevenção
A vacinação contra o sarampo é a única maneira de prevenir a doença.
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