12/12/2018 18h18 - Atualizado em 12/12/2018 18h22

Sesa renova convênio do Programa de Assistência Dermatológica

Foto: Divulgação/Sesa

Com o objetivo de regularizar o Programa de Assistência Dermatológica (PAD), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realizou, na tarde desta quarta-feira (12), a assinatura do Plano de Trabalho para Regularização do programa à População Rural Vulnerável e com Câncer de Pele do Espírito Santo, junto à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

A reunião de assinatura aconteceu no auditório da Sesa, na Enseada do Suá, Vitória, e contou com a presença do vice-governador, César Colnago; do secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira; do subsecretário de Estado da Saúde, Fabiano Marily; da médica cirurgiã plástica do Hucam Patrícia Lyra, prefeitos, secretários municipais de Saúde e membros da equipe do PAD.

O programa existe há 31 anos sendo, inicialmente, uma parceria entre a Ufes e a Igreja Luterana. Somente a partir de 1998 a Sesa – que atualmente disponibiliza três médicos dermatologistas, dois cirurgiões plásticos e um enfermeiro – entrou no convênio juntamente com mais 11 municípios (Ibiraçu, Afonso Cláudio, Santa Maria de Jetibá, Vila Valério, Pancas, Laranja da Terra, Baixo Guandu, São Gabriel da Palha, Vila Pavão, Domingos Martins e Itarana) que solicitaram a participação no programa. Também fazem parte do convênio a Associação Albergue Martim Lutero.

As ações do PAD são realizadas por meio de mutirões de consultas dermatológicas, que conseguem atingir mais de 5 mil pessoas por ano nessas localidades. São realizados 11 mutirões por ano, sendo uma vez em cada município.

De acordo com Paulo Reblim, inicialmente o PAD visava promover o diagnóstico e o tratamento do câncer de pele na população de descendência europeia, alemã, pomeranos, italianos, entre outros, que eram consideradas as populações mais vulneráveis à doença no Espírito Santo. “Hoje, porém, o programa está aberto a toda população desses 11 municípios, pois visamos cuidar e prevenir o câncer de pele. Vale ressaltar que os municípios são parceiros fundamentais do projeto”, disse Reblim.

Outro aspecto importante dessa ação em comunidades rurais das regiões citadas é a oportunidade de atendimento aos pacientes mais idosos e com dificuldade de deslocamento aos serviços de alta complexidade em oncologia.

São considerados pacientes de risco nessas regiões, pessoas com pele muito clara, que costumam ficar com vermelhidão e nunca bronzeiam; pessoas com cabelos e olhos claros; pessoas que possuem pintas pelo corpo; que já sofreram queimaduras pelo sol; que possuem sardas na face ou nos ombros; que já tiveram câncer da pele; que ficaram expostas por um longo período ao sol sem proteção; que possuem pinta que muda de cor; que têm feridas que não cicatrizam; além de idosos e albinos.

Reblin ainda explicou que os mutirões são realizados com um calendário específico para cada região, e que geralmente acontecem durante dois dias (finais de semana) em espaços como ginásios e igrejas, oferecendo diagnóstico ao tratamento do câncer de pele nessas populações. Nesses mutirões, pessoas que apresentam algum dos sintomas passam pelo atendimento, crioterapia e pequenas cirurgias, quando necessário. “Quando os médicos detectam algum melanoma, que é o câncer mais grave, esse paciente é encaminhado para o Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), em Vitória.

O último mutirão realizado no Estado em 2018 aconteceu no início deste mês, na cidade de Santa Maria de Jetibá. Na ocasião, foram realizados 318 atendimentos.

Somente neste ano foram atendidos 3.155 pessoas em todo o Espírito Santo. Em 2017, o total de pessoas atendidas foi de 3.197, e em 2016, 3.040 pessoas foram atendidas pelo programa.

De acordo com levantamentos do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é que o Brasil feche o ano de 2018 com 6.260 novos casos da doença. No Estado, o número de novos casos estimados pelo Inca para 2018 é de 170. Quando detectado no início, o câncer de pele tem grandes chances de cura.

Para o secretário da Saúde, Ricardo de Oliveira, a assinatura do convênio do Programa de Assistência Dermatológica à População Rural Vulnerável e com Câncer de Pele do Espírito Santo é mérito de quem correu atrás, trabalhando com os recursos que tinha disponível.

“Nossa burocracia é algo terrível, e quando acontece algo assim (assinatura do convênio), é preciso celebrar. Quem conhece o setor público valoriza esse tipo de ação, e essas pessoas transformaram isso em uma missão de vida. Continuem, pois esse programa é um benefício enorme para a população”, disse o secretário.

Ao final da reunião, o vice-governador, César Colnago, parabenizou a medida e a equipe, destacando ainda a necessidade de adotar medidas para incentivar o uso de roupas adequadas no campo e o protetor solar.

“Eu, enquanto deputado (federal), apresentei um projeto de lei no Congresso, em que retirava o protetor solar da condição de cosmético, com altos impostos, para um produto medicamentoso, pois isso reduziria muito a carga tributária. Mas uma coisa que eu noto é que eu sou da roça, na região de Itarana, e quando criança trabalhava na loja do meu pai. Lembro que, mesmo com o calor, os pomeranos andavam muito mais de manga comprida e chapéu do que hoje em dia. Mesmo com o calor, eles se protegiam mais naquele período. Ninguém na roça ficava descoberto. Com certeza esse diagnóstico precoce está evitando que se progrida com a doença. Parabéns pela iniciativa de vocês. Temos as lesões menos progredidas, pois melanoma não é um câncer muito fácil. A equipe está de parabéns”, finalizou Colnago.

Custos

Em relação aos custos para a realização dos mutirões e atendimentos, a coordenadora do PAD e funcionária do Albergue Martim Lutero, Vera Lúcia Dttmann Jarske, explicou que não há um valor estabelecido e rateado entre os entes, mas que cada instituição fica responsável por uma parte do programa.

“A Ufes disponibiliza a picape que leva o nitrogênio líquido, onde vão também o motorista e a técnica de enfermagem, e também os 42 acadêmicos de Medicina para a realização dos atendimentos. A Sesa disponibiliza a equipe médica. A igreja promove a divulgação, o acolhimento das pessoas no dia e articula as ações. Já as prefeituras arcam com custos como hospedagem para os profissionais, alimentação, transporte da equipe médica e a estrutura de se montar os centros clínicos e cirúrgicos necessários, além da lista de materiais para cirurgia e atendimentos”, explicou.

Ainda de acordo com Vera Lúcia, todo o atendimento, encaminhamento e tratamento é de graça para o paciente.

Saiba mais sobre o Programa de Assistência Dermatológica (PAD)

- O programa teve início em outubro de 1987, inicialmente entre a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e a Igreja Luterana, e a partir de 1998, com a Sesa, e mais 11 municípios que solicitaram o PAD.

- O programa é realizado hoje nos seguintes municípios: Ibiraçu, Afonso Cláudio, Santa Maria de Jetibá, Vila Valério, Pancas, Laranja da Terra, Baixo Guandu, São Gabriel da Palha, Vila Pavão, Domingos Martins e Itarana, com possibilidade de ampliação a partir da demanda.

- A população desses municípios representa 6% da população do Espírito Santo, ou seja, aproximadamente 256 mil pessoas.

- O PAD está em consonância com o tripé ensino, extensão e pesquisa da Ufes, pois integra ações para a formação técnico-científica e de cidadania do aluno alocado no Centro de Ciências da Saúde, da universidade.

- O atendimento da população rural desses municípios tem como meta a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do câncer de pele da população atendida. A justificativa baseia-se no estilo de vida dessa população, submetida à intensa radiação solar, em virtude de seu trabalho essencialmente agrícola com início muitas vezes na infância.

 

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