Sesp amplia debate sobre violência contra mulher e propõe mudança de cultura
Para mudar a realidade de violência contra mulher no Espírito Santo, diversos agentes estão propondo diálogo e reflexão aos capixaba em todo o território estadual. Nesta sexta-feira (10), foi a vez de universitários e professores de Aracruz participarem de um bate-papo sobre o tema. O proponente foi o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, André Garcia.
Exemplos de casos de violência doméstica, familiar e de casos de homicídio de mulheres, foram apresentados pelo secretário. Casos que servem para provocar debate sobre o tema que precisa indignar os capixabas que são os altos índices de violência e homicídio de mulheres, no Espírito Santo. No Estado, em 2017, foram assassinadas mais de 100 mulheres.
O secretário André Garcia pontuou a mudança de cultura, e a forma de se relacionar e observar as mulheres. Mudar essa cultura pelo diálogo é a maneira mais completa, pois o ambiente familiar é o local onde o Estado não está integralmente para impedir os crimes contra as mulheres.
“Precisamos mudar nossas formas de tratar as frustrações, um dos principais fatores que levam a violência. O jovem não aceita o fim do relacionamento e acha que possui o direito de agredir ou matar a companheira. Porque não soube ouvir um não, o fim do laço de união, não aceitas independência da parceira. Isso acarreta o ato do crime”, exemplificou o secretário.
O secretário apresentou tipificações penais e lembrou que homicídio de mulher, com a reformulação da legislação penal, não se trata mais de crime passional, velha expressão usada para tratar o assunto. Homicídio de mulher, pelo simples fato da condição de mulher é feminicídio.
André Garcia apresentou o Movimento em defesa da mulher, lançado pelo Governo do Estado no mês passado, em Vitória e que está se espalhando por todo o Espírito Santo.
“Queremos muito mais do que apenas lançar uma campanha no rádio, na tv e na internet. Mudar uma cultura não será por campanha e sim por mudança na forma de pensar. Como o governador Paulo Hartung costuma dizer, é preciso mudar a cuca dos homens. Principalmente de todos nós homens”, acrescentou.
O secretário concluiu a palestra afirmando que a Lei Maria da Penha reescreveu o ditado popular de que em briga de marido e mulher não se mete a colher. “Pelo contrário, todos nós aqui e lá fora temos a obrigação de meter a colher. Denunciando e impedindo que o feminicídio, que a última etapa de um longo processo acumulado por sequências de agressões, de violência de patrimonial a sentimental”.
A da presidente da Fundação São João Batista, mantenedora da FAACZ, Celi Cabral acrescentou a importância da inserção do tema no meio acadêmico.
“Ter o secretário da Sesp, André Garcia, em nossa instituição foi enriquecedor. Trouxe novos conhecimentos aos nossos alunos dos cursos de graduação, em especial, aos estudantes de Direito ao falar sobre feminicídio e segurança pública em nosso Estado. Sem contar que representa a aproximação entre a academia e o governo do estadual. Os temas abordados como a violência contra a mulher são importantes e mostram cada vez mais que a sociedade é corresponsável pelo que acontece em nosso Estado, município e país”, concluiu Celi Cabral.
Importante ressaltar que todos podem contribuir com denúncia. O canal mais acessível é o Disque Denúncia, 181, onde a ligação é anônima e o sigilo é garantido.
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