O Estado do Espírito Santo obteve três importantes conquistas, neste ano, na área de transplante de órgãos. O Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes (Hucam), que já realizava transplante de córneas, foi credenciado para fazer também transplante de rins; a Santa Casa de Misericórdia de Vitória, que até então não realizava transplantes, foi habilitada para fazer transplante de córneas; e o Hospital Santa Rita, que já fazia transplante de medula autólogo, ou seja, utilizando células do paciente para transplante nele mesmo, passou a fazer também o transplante alogênico aparentado de medula óssea, entre pessoas da mesma família.

A coordenadora da Central de Transplantes do Espírito Santo, Raquel Duarte Corrêa Matiello, ressalta que a ampliação da estrutura para realização de transplantes obviamente não fará crescer o número de procedimentos realizados, pois isso depende de outro fator, que é a doação de órgãos. Por outro lado, possibilitará aumentar a assistência aos pacientes antes e depois do transplante. “Identificada a necessidade do transplante, o paciente é encaminhado para o hospital transplantador e lá ele é acompanhado ambulatorialmente. Ele faz os exames necessários para a cirurgia e esses exames são atualizados periodicamente, para deixar o paciente preparado para quando chegar a vez dele receber o órgão que ele precisa”, detalhou.

Raquel enfatizou que os três credenciamentos significam muito para o Espírito Santo e que estes avanços são motivo de orgulho para toda a equipe que trabalha na área de transplantes. Ela destacou que a habilitação do Hospital Santa Rita, por exemplo, traz para o estado uma modalidade de transplante que até então não era feita aqui. “Isso representa um ganho enorme para quem precisa de transplante alogênico aparentado de medula óssea, pois até então a Secretaria de Estado da Saúde encaminhava essas pessoas para outros estados, assim como ainda continuará fazendo com quem precisa de transplante de pulmão e com pacientes crianças que precisam de transplante de algum órgão que não seja córnea”, disse.

Segundo Raquel, o processo de credenciamento durou de um a dois anos. Nesse período, o Hucam e o Santa Rita precisaram passar por adequações para receberem a habilitação. O Santa Rita, por exemplo, teve seu espaço de internação ampliado e agora possui uma área específica para transplante. Já o Hucam realizou melhorias no centro cirúrgico e na ala de pós-operatório. “Os serviços transplantadores contam com uma equipe grande de profissionais porque têm que funcionar 24 horas por dia para atender às urgências. Transplante não tem hora para acontecer, então, há uma estruturação muito forte para esses serviços poderem funcionar. É uma equipe toda de profissionais engajada”, comentou a coordenadora da Central de Transplantes.

Serviços transplantadores

Atualmente, são realizados no Espírito Santo transplantes de coração, fígado, pâncreas, rim, córnea/esclera, medula óssea autólogo e medula óssea aparentado. Existem no estado nove serviços habilitados para realização desses procedimentos, cinco deles por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e quatro particulares.

A coordenadora da Central de Transplantes, Raquel Matiello, explica que todo o processo de notificação, captação e doação de órgãos é feito pelo SUS, mas a legislação autoriza que o transplante seja realizado também por serviços particulares. Neste caso, o médico da rede particular faz o cadastro do paciente no sistema de transplantes já informando que o procedimento será realizado em serviço privado.

“O paciente é informado sobre a oferta do serviço pelo SUS, mas ele pode optar por fazer no serviço particular. No Espírito Santo, existem serviços particulares habilitados somente para a realização de transplante de córnea/esclera. O transplante dos demais órgãos é feito exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde”, explicou a coordenadora da Central de Transplantes.

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