08/03/2019 13h07

Solange Malta: a mulher que ajudou a fundar os três órgãos ambientais do ES

A servidora participou da criação da Agerh e do Iema depois de trabalhar desde os primeiros anos de funcionamento da Seama

A competência, simpatia e a fala simples que ecoam pelos corredores da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) são a marca registrada da diretora administrativa e financeira da autarquia. Aos 54 anos, Solange Malta se orgulha em fazer parte da história do sistema ambiental do Estado do Espírito Santo. Ela ajudou a erguer os três órgãos estaduais do setor.

A facilidade na comunicação e nas relações interpessoais revela a formação de Solange, tanto na universidade quanto no serviço público.

Era janeiro de 1989 quando a profissional formada em Jornalismo chegou à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Seama). Aos 24 anos, Solange Malta era funcionária da Fundação Ceciliano Abel de Almeida quando foi contratada para prestar serviços como comunicóloga.

A Seama estava em seu primeiro ano de funcionamento e o desafio da jornalista era escrever os boletins internos e recortar as matérias sobre o órgão que saíam nos jornais. O trabalho logo aumentou e Solange passou a produzir, gravar e editar documentários sobre o meio ambiente, que a levaram para várias regiões do Estado. O Jornal Folha Verde era veiculado em todo o Espírito Santo.

Com a bagagem cheia de histórias e de conhecimento, em 1991 Solange se tornou assessora de comunicação e, em seguida, membro da comissão de licitações da Seama, formada por servidores de diversos setores do órgão. Ela participou da primeira licitação de contratos de publicidade - algo comum hoje, mas que ainda não existia naquela época.  “Foi quando eu comecei a conhecer e a gostar da parte administrativa”, relembra.

Juntas, a habilidade com as palavras e a competência administrativa renderam bons frutos. No início dos anos 2000, Solange ajudou a escrever a lei de criação do Instituto Estadual de Meio Ambiente, o Iema, que abriu as portas em 2002, em Cariacica.

Depois de uma temporada na iniciativa privada, Solange Cardoso retornou ao serviço público em 2007, como assessora administrativa do Iema. No instituto, colaborou na estruturação da recém-criada Diretoria de Recursos Hídricos que, com a demanda crescente, seguiu carreira-solo, se tornando, no fim de 2013, a Agência Estadual de Recursos Hídricos, a Agerh que conhecemos hoje.

A servidora colocou a mão na massa. Entre vassouras e caixas de papelão, ajudou a trazer a Agerh para a atual sede, na Mata da Praia, em Vitória. De assessora foi promovida a diretora Administrativa e Financeira da autarquia. Apesar da importância do cargo, Solange ameniza, com a humildade que lhe é peculiar: “Eu continuo trabalhando e andando de ônibus como sempre fiz nesses 30 anos de serviço público”, diz

Solange mora em Guarapari. Vem e volta todos os dias de transporte público. Criou os dois filhos assim. E não reclama. “Eu faço questão de me dedicar a tudo que depende de mim: é assim no trabalho e em casa. E ser mulher ajuda muito mais que atrapalha”, afirma.

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Francine Leite

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