Superintendência Regional de Saúde Metropolitana realiza capacitação sobre acidentes com escorpiões
Profissionais da Secretaria da Saúde (Sesa) que atuam na Superintendência Regional de Saúde Metropolitana, em Cariacica, promoveram uma capacitação voltada à Profilaxia do Escorpião no município de Vitória. O encontro, que ocorreu na última sexta-feira (10), no Centro de Vigilância e Saúde Ambiental de Vitória (CVSA), visa qualificar o trabalho dos profissionais de saúde no controle de acidentes por animais peçonhentos.
Essas capacitações não são apenas primordiais para qualificar os profissionais de saúde quanto ao atendimento de pacientes que sofrem esse tipo de acidente, mas também para que saibam como orientar a população de forma geral”, alertou a superintendente metropolitana, Emilia de Lourdes Marchette.
Os acidentes com animais peçonhentos, segundo dados do Centro de Informações e Assistência Toxicológica (CIATox), são responsáveis pela maioria das notificações (mais de 65%) de envenenamento ou intoxicação no Espírito Santo, sendo predominantes os acidentes por escorpiões. Entre janeiro e agosto de 2022, registrou 3.521 notificações e, no mesmo período, em 2023, 3.557.
A coordenadora do Núcleo de Vigilância em Saúde da Superintendência, Gabriela Maria Coli Seidel, explicou durante a capacitação que o escorpião é o único animal peçonhento ao qual se faz controle e captura. “O escorpião-amarelo não precisa do macho para reprodução, que é realizada por partenogêneses, ou seja, pela autofecundação, um processo muito mais fácil que leva ao nascimento de dezenas de filhotes, aumentando, assim, a possibilidade no número de acidentes”, explicou.
A coordenadora complementou ainda ser importante frisar que as capacitações têm diferentes focos. “Não somente o foco na remoção dos escorpiões, mas também em orientar a população para os riscos de um acidente com esse animal peçonhento e outros. Entre os municípios que estão em nosso escopo de atuação, num total de 23, só falta realizar em 2023, a capacitação na Serra”, ressaltou Gabriela Seidel.
Também foi realizada uma ação de controle e captura de escorpiões. “Como estava agendada a capacitação no município de Vitória, aproveitamos e fomos in loco com o objetivo de promover uma varredura no local e capturá-los, caso houvesse outros. Mas não encontramos nenhum”, explicou Gabriela Seidel.
A ação contou com o apoio de parte das equipes do NVS e do CVSA. Participaram, a referência técnica de acidente por animais peçonhentos e intoxicações, Juliana Segrini, e a bióloga e residente em Saúde Coletiva com ênfase em Vigilância em Saúde, pelo Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), Tamires Chinelato, ambas do NVS; além do médico-veterinário e referência técnica dos sinantrópicos, Antonio Marcos Galimberti, e da bióloga Livia Marini Palma, ambos do CVSA.
O manejo do animal pela população não é recomendável
A frequência de acidentes por animais peçonhentos, segundo informações do CIATox, pode sofrer influência de vários fatores, desde as alterações climáticas, do ecossistema, das reproduções (biológicas), das dinâmicas de atividades laborais e da mobilidade da população como um todo. Períodos com mais chuvas e enchentes podem aumentar o número de acidentes, bem como períodos de colheitas de determinadas culturas e preparação do solo. Além disso, durante os períodos do ano, quando as temperaturas se tornam mais altas, eles também aparecem com mais frequência.
Por isso, o controle e captura realizados por profissionais habilitados é importante, lembrando que os escorpiões não devem ser eliminados da natureza, pois desempenham um papel importante no equilíbrio ecológico, já que atuam como predadores de outros seres vivos e devem ser, portanto, preservados. O melhor caminho são as medidas preventivas para evitar a sua proliferação, seja no meio urbano ou rural, contribuindo, assim, para a diminuição dos acidentes.
É exatamente por isso, pela possibilidade de acidentes com escorpiões, que a coordenadora do NVS e equipe alertam que o manejo do animal pela população não é recomendável. “O importante é a pessoa entender que ao sofrer qualquer eventualidade provocada por um escorpião deve ir correndo para o hospital e seguir o tratamento adequado conforme a situação. Mas é possível também seguir algumas regras para evitar o aparecimento dos escorpiões próximos aos locais de residência”, alertou Gabriela Seidel.
Dicas importantes
- Examinar roupas (inclusive as de cama), calçados, toalhas de banho e de rosto, panos de chão e tapetes, antes de usar.
- Usar luvas de raspa de couro ou similares e calçados fechados durante o manuseio de materiais de construção, transporte de lenha, madeira e pedras em geral.
- Manter berços e camas afastados, no mínimo 10 centímetros, das paredes e evitar que mosquiteiros e roupas de cama esbarrem no chão.
- Tomar cuidado especial ao encostar em locais escuros e úmidos e com a presença de baratas.
Área externa
- Manter limpos quintais e jardins, não acumular folhas secas.
- Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes apropriados e fechados, e entregá-los para o serviço de coleta. Não jogar lixo em terrenos baldios.
- Limpar terrenos baldios situados a cerca de dois metros (aceiros) das redondezas dos imóveis.
- Eliminar fontes de alimento para os escorpiões: baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados.
- Evitar a formação de ambientes favoráveis ao abrigo de escorpiões, como obras de construção civil e terraplanagens que possam deixar entulho, superfícies sem revestimento, umidade, entre outros.
- Remover periodicamente materiais de construção e lenha armazenados, evitando o acúmulo exagerado.
- Preservar os inimigos naturais dos escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos (corujas, joão-bobo, entre outros), pequenos macacos, quati, lagartos, sapos e gansos (galinhas não são tão eficazes agentes controladores de escorpiões).
- Evitar queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões.
- Remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto às paredes externas e muros.
- Manter fossas sépticas bem vedadas, para evitar a passagem de baratas e escorpiões.
- Rebocar paredes externas e muros para que não apresentem vãos ou frestas.
Área interna
- Rebocar paredes para que não apresentem vãos ou frestas.
- Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha.
- Reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas.
- Telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques.
- Telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos calafetados.
- Manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados.
O que fazer em caso de acidente com escorpião
- Limpar o local com água e sabão;
- Procurar orientação médica imediata e mais próximas do local da ocorrência do acidente para, se necessário, tomar soro antiveneno.
Confira:
- Lista Estadual dos Serviços de Saúde que dispõe de soros antivenenos (http://ciatox.es.gov.br), aba Soro Antiveneno ou no Vacina e Confia (https://vacinaeconfia.es.gov.br/cidadao/), na sessão sobre “Salas de vacina, pontos de testagem e pontos de oferta soro antiveneno”.
- O CIATox oferece atendimento médico 24 horas (para população geral e profissionais de saúde). Telefone: 0800-283-9904.
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Assessoria de Comunicação – Superintendência da Regional Metropolitana de Saúde
Rachel Martins