Três adolescentes do Centro Socioeducativo de Atendimento ao Adolescente em Conflito com a Lei (CSE), do Instituto de Atendimento Sócio-Educativo do Espírito Santo (Iases), apresentaram nesta quarta-feira (25) trabalhos sobre seus ‘Projetos de Vida’. Eles fizeram um relato de problemáticas enfrentadas, sobre o envolvimento com a criminalidade e o que estão mudando por um futuro melhor.

Os trabalhos foram apresentados para uma plateia formada por outros socioeducandos, seus familiares e educadores. Os trabalhos foram apreciados por uma ‘banca examinadora’ composta por profissionais da Secretaria de Ação Social de Castelo e por socioeducadores da Unidade. O diretor do CSE, Gerardo Mondragón, também acompanhou as apresentações. 

Os temas dos trabalhos apresentados foram: ‘Consequências das drogas na vida de um adolescente’; ‘Em busca de um futuro’; e ‘Consequências que a vida do crime trouxe a um adolescente’. Um dos adolescentes relatou sua trajetória de vida desde a infância, quando abandonou a escola e passou a cometer atos infracionais, e descreveu um novo projeto de vida. 

"Eu, quando estava lá fora, não pensava muito nas pessoas que realmente se importavam comigo, e hoje vejo como elas nunca me abandonaram. A minha namorada é a mulher de minha vida e eu quero ter um bom futuro ao lado dela, casando, tendo filhos e construindo uma vida digna", disse o adolescente.

Mondragón destacou a importância do papel da família durante o processo socioeducativo. “É junto com a família que trabalhamos potencializar no adolescente o desejo de conquistar o seu espaço e a sua independência, para que possa executar o seu projeto de vida”, disse ele.

Monografias

A confecção e apresentações de trabalhos sobre ‘Projetos de vida’ dos socioeducandos, que cumprem medida socioeducativa de internação no CSE, representa uma das etapas do programa de atendimento realizado no local, com base no Modelo Pedagógico Contextualizado (MPC).

Os trabalhos são elaborados em formato de uma monografia acadêmica, seguindo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) utilizadas nas faculdades, para a obtenção do diploma. Os adolescentes contam também com orientação de um socioeducador da Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social (Acadis), organização que realiza a gestão do CSE.

O MPC é um programa de atendimento socioeducativo de autoria de Gerardo Mondragón, diretor executivo da Acadis, que tem como objetivo oferecer intervenção integral aos adolescentes em conflito com a lei e com suas famílias, por meio de processos pedagógicos, socioterapêuticos, sistêmicos e reflexivos que permitam sua reabilitação e readaptação, ampliando também as possibilidades de desenvolvimento social e econômico.