Transplantes de coração atingem recorde histórico no Estado
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) registrou um recorde de transplantes de coração neste ano, com seis procedimentos, sendo dois somente no mês passado. Desde que foi inaugurada, em 1998, a Central de Captação de Órgãos da Sesa nunca havia registrado tantos transplantes deste tipo. Os dados atuais superam os de 2008, quando foram feitos quatro procedimentos. No ano passado, por exemplo, foi apenas um.
Para a coordenadora da Central de Captação, Rosemery Erlacher, o aumento dos transplantes de coração é reflexo das diversas ações realizadas para estimular a doação de órgãos, como treinamentos dos profissionais de saúde, atividades de conscientização e a Política de Estímulo à Doação e Transplante de Órgãos.
A Política foi lançada pela Sesa há um ano e disponibiliza recursos para que os hospitais invistam na reestruturação dos aparelhos médico-hospitalares usados na manutenção do potencial doador e nas equipes que atuam nas Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos.
“Estamos treinando funcionários dos hospitais para deixar mais pessoas informadas e para melhorar especificamente a abordagem familiar. Além disso, fazemos trabalho de conscientização em escolas, igrejas e outras instituições”, ressalta a coordenadora.
No caso dos transplantes de coração especificamente, a coordenadora cita ainda a melhoria na logística de transporte do órgão. “Depois de captado, o coração deve ser transplantado em até quatro horas”, explica Erlacher. Em algumas situações, é preciso usar até transporte aéreo, como helicóptero.
Posição de destaque
De janeiro a setembro de 2009 foram realizados 167 transplantes, contra 227 se comparado ao igual período de 2010, o que significa um aumento de 36%. O desempenho alcançado no Espírito Santo já o coloca na terceira colocação nacional quando se analisa o número destes procedimentos realizados por milhão de habitantes.
Além do crescimento dos transplantes de coração, a coordenadora da Central de Captação de Órgãos da Sesa, Rosemery Erlacher, ressalta a contribuição dos procedimentos envolvendo córneas. “Praticamente 50% do total dos 227 transplantes são transplantes de córnea”.
O bom desempenho não para por aí. De acordo com Erlacher, dos sete tipos de transplantes realizados, cinco apresentaram incremento, com exceção dos transplantes de rim entre vivos - que decaiu - e dos transplantes de rim/pâncreas - não houve procedimentos. Veja o quadro abaixo:
Transplantes | Jan-Set/2010 | Aumento (%) |
Córneas | 115 | 26,4 |
Rim/cadáver | 53 | 20,5 |
Rim/vivo | 18 | -37,9 |
Fígado | 27 | 28,6 |
Coração | 6 | 500 |
Rim/Pâncreas | - | - |
Medula óssea/autólogo | 8 | 100 |
Total | 227 | 35,9 |
A doação de órgãos só pode ser autorizada pelos familiares. A melhor maneira de facilitar a decisão é conversar sobre o assunto em vida. “Queremos conscientizar as pessoas em vida, geralmente os familiares atendem à vontade. A negativa ocorre quando a pessoa não deixa isso claro. Por isso pedimos que as pessoas manifestem em vida a vontade de ser doador de órgãos”, conclui Erlacher.
Embora atualmente o estado tenha alcançado um lugar de destaque nacional, Rosemery Erlacher admite que o número de transplantes poderia ser maior se houvesse maior conscientização. Ela explica que em muitas situações nas quais a doação é possível, há negativa familiar, cujo índice é considerado alto não só aqui como no Brasil todo.
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