11/02/2025 16h43

Unidade prisional feminina promove ensaio fotográfico com bebês de internas

O projeto "Da gestação para a vida", do Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC), realizou mais um ensaio fotográfico com bebês de internas que estão custodiadas no alojamento materno infantil na unidade prisional. Neste ano, o ensaio ganhou um enfoque diferente, com um cenário natural, no jardim implantado na penitenciária.

O projeto busca registrar os primeiros meses de vida dos bebês, uma vez que eles ficam na companhia das mães detentas até completar seis meses de vida. As fotos são produzidas pela voluntária Luana Andrioli, que é fotógrafa profissional.

Atualmente, duas internas lactantes vivem no alojamento com seus bebês. Desde o início do projeto, em 2019, mais de 30 crianças já tiveram o registro fotográfico dessa fase da vida. As fotos são produzidas em um cenário especial, composto por tapetes, brinquedos e demais adornos. 

A diretora do Centro Prisional Feminino de Cariacica, Patricia Castro, explicou que o projeto tem como principal foco registrar a beleza e a inocência dos bebês que estão com suas mães na unidade prisional. De acordo com a Lei de Execução Penal (LEP), as internas devem permanecer na companhia dos filhos pelo período mínimo de seis meses, até que a guarda provisória das crianças seja concedida pela Justiça a um familiar.

“Buscamos proporcionar para essas crianças uma memória afetiva, um registro dessa fase da infância, mesmo dentro de um contexto que muitas vezes é desafiador. As fotografias são realizadas em cenários cuidadosamente preparados, que criam uma atmosfera acolhedora e alegre, permitindo que as imagens capturem a essência da infância sem que o ambiente prisional seja percebido”, ressalou Patricia Castro.

A diretora complementou: “Acreditamos que cada criança merece ter suas memórias valorizadas e este projeto visa exatamente isso. Ao proporcionar essa experiência única, estamos contribuindo para que as mães possam construir laços afetivos significativos e para que os bebês tenham a oportunidade de crescer com memórias positivas.”

Desta vez, as fotos foram produzidas no jardim da unidade, em um ambiente verde, com grama, flores, enfeites e pergolado. O espaço é cuidado por internas da unidade prisional.

Luana Andrioli, fotógrafa voluntária dos ensaios, destacou que o trabalho é muito especial. “Fotografar as mamães internas com seus bebês é sempre muito especial. Desde o momento em que começo a fazer os registros dos bebês até a hora de me despedir é como recarregar boas energias. Elas ficam muito gratas pelo ensaio e podem guardar as fotos como um momento único. Além dos registros com cenários montados, eu também pude fotografar ao ar livre, em um jardim belíssimo dentro da unidade prisional. O ensaio em ambiente externo faz toda diferença. As fotos ficaram ainda mais lindas”, disse Luana Andrioli.

A interna E.L.R., está presa desde maio do ano passado, quando deu entrada na unidade prisional já grávida. Ela participou do ensaio com seu bebê Renato, de três meses. “Fiquei extremamente feliz por poder registrar as fotos do meu bebê ainda tão pequeno. O ensaio foi feito sem a percepção de que estamos em um presídio e teremos as fotos para lembrar dessa fase da infância no futuro”, contou.

A interna C.S. é mãe de Estevão, de cinco meses. “Nunca imaginei que poderíamos ter fotos dos bebês mesmo estando em uma unidade prisional. Acho extremamente importante porque, quando crescer, ele terá uma memória de como era ainda tão pequeno”, frisou.

Alojamento Materno Infantil

Quartos decorados e pinturas com temas infantis compõem o Alojamento Materno Infantil do Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC). O espaço conta com ambiente humanizado, brinquedoteca e demais artigos que favorecem o desenvolvimento infantil das crianças, mesmo em um ambiente de prisão.

O berçário também estimula laços afetivos entre mães e filhos, com acompanhamento psicossocial, orientações de cuidados com os bebês e atendimento médico.

“Procuramos proporcionar um ambiente humanizado e que estimule a interação maternoinfantil. Essas crianças não têm culpa do crime cometido por suas mães e merecem ter um acompanhamento digno e cheio de cuidados que esta fase da vida requer. Também percebemos que muitas dessas internas já são mães e nunca tiveram esse suporte enquanto estavam em suas casas. Procuramos promover esses cuidados e orientá-las para que elas percebam que o vínculo afetivo entre mãe e filhos começa desde a gestação”, enfatizou Patricia Castro.

Atualmente, o Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC) conta com uma interna gestante.

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