26/08/2010 18h55 - Atualizado em 22/01/2019 14h05

Workshop discute educação no trânsito com representantes das comunidades escolares

Professores, pais, alunos e diretores de escolas da Superintendência Regional de Educação (SER) de Carapina participaram, nesta quinta-feira (25), de um workshop do projeto “Educação no Trânsito”, realizado por meio de uma parceria entre a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES). O evento foi realizado no auditório da Escola Estadual Renato Pacheco, em Jardim Camburi, e contou com a presença do antropólogo Roberto DaMatta, responsável pelo estudo que deu origem ao programa. O workshop deve passar por todas as SREs até a próxima semana.

O antropólogo falou sobre o comportamento do brasileiro no trânsito ressaltando que é preciso uma educação que considere o trânsito como espaço de convivência e igualdade. “Não é um projeto de engenharia de trânsito, mas sim de trabalhar o comportamento. É preciso compreender o problema, procurar dramatizá-lo e tentar elaborar um programa que seja útil para ser ensinado a toda uma geração para que ela transforme o trânsito em um espaço cordial”, ressaltou. DaMatta frisou ainda que a ideia é levantar questões gerais para que professores, pedagogos e pais opinem. “É um processo feito pelo diálogo”, ressaltou.

Após a fala do antropólogo, diretores, alunos, pais e professores foram divididos em grupos de acordo com sua função no ambiente escolar. Eles responderam a uma pesquisa sobre educação e trânsito e em seguida discutiram as respostas com o grupo.

A aluna do Curso Técnico Integrado em Gestão Empresarial da Escola Arnulpho Mattos, Rarissa Moura, disse que achou a iniciativa interessante. “É um tema do qual muitos de nós ainda não temos conhecimento, ou até mesmo não nos damos conta do nosso comportamento. Acho interessante que as escolas estejam envolvidas para discutir esse assunto”, afirmou a aluna.

Já a diretora da Escola Virgínio Pereira, em Nova Almeida, Lúcia Helena Santos, destacou a importância do tema trânsito na educação dos jovens. “É muito importante ensinar trânsito na escola. Esse é um pontapé inicial para uma grande ideia. Já trabalhamos o tema na escola, mas com um projeto como esse, ficará melhor ainda”, destacou a diretora.

A construção do projeto também foi elogiada por Leidimar Ramos, diretora da Escola Antônio Engrácio, também na Serra. “ O interessante é que o projeto é uma construção coletiva. É muito válido juntar pais, professores, alunos, e toda a sociedade para lembrar que precisamos pensar no outro também quando estamos no trânsito”, salientou.

Segunda etapa

O programa “Educação e Cidadania em Trânsito” é uma continuidade da pesquisa “Igualdade no trânsito”, coordenada pelo antropólogo Roberto DaMatta em parceria com o Detran|ES. O estudo, inédito no Brasil, mostra que não é fácil mudar os hábitos das pessoas adultas, por isso a importância de fazer com que desde cedo o ser humano assimile as leis, fazendo com que elas passem a fazer parte de suas vidas.

Com base no conteúdo deste estudo, esta segunda etapa do projeto fará um levantamento de informações para aplicação dos conceitos e problemas apontados na pesquisa, através de um processo construído com apoio dos professores, pedagogos e alunos.

Todos vão participar de uma ampla pesquisa com o objetivo de buscar subsídios para montar o material didático e sua dinâmica de aplicação nas escolas da rede pública Estadual. Esta fase vai durar três meses e ainda contará com outros workshops com o professor Roberto DaMatta para envolvimento dos professores.

O diretor geral do Detran|ES, Marcelo Ferraz, está entusiasmado com o novo programa do órgão e confiante que a iniciativa será um sucesso no Estado. “Ter a coordenação do professor Roberto DaMatta, qualificado com a vivência dos professores e da equipe da Sedu, faz desse programa de educação de trânsito, que começa a ser construído, uma experiência que já nasce marcada fortemente por inovação de valor e portadora de futuro rumo a um novo padrão de convivência civilizada no trânsito”, afirma.


Terceira etapa

Na terceira fase do projeto, será produzido o material didático para aplicação em sala de aula. Esses produtos poderão ser jogos, peças de teatro, softwares, filmes, e outros, que serão decididos de acordo com as contribuições dos colaboradores da rede de ensino estadual. A meta é iniciar o próximo ano letivo com o material pronto e os professores envolvidos.

Roberto DaMatta

Roberto DaMatta é o quarto autor mais citado em trabalhos acadêmicos em Ciências Sociais no Brasil, atrás apenas de três pilares da sociologia: Karl Marx, Max Weber e Pierre Bourdieu. Sua obra ultrapassa a fronteira da antropologia ao interpretar o Brasil em seus dilemas e ambigüidades. A partir da festa mais popular da cultura brasileira - o Carnaval -, DaMatta deixa de lado o Brasil oficial e lança um novo olhar sobre o País, que põe em foco elementos geralmente deixados à margem nos estudos antropológicos.

Nascido em Niterói (RJ), esteve durante a década de 1960 na Universidade de Harvard (EUA), onde concluiu mestrado e doutorado. Voltou ao Brasil em 1970. Autor de 11 livros e de mais de uma centena de artigos científicos, atualmente ocupa a cátedra Reverendo Edmund P. Joyce de Antropologia da Universidade de Notre Dame, em Indiana (EUA), onde leciona desde 1987. DaMatta vive entre os EUA e Niterói, onde passa sistematicamente alguns meses por ano. 



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