Workshop discute questão das drogas e a atividade policial
A Secretaria de Estado de Direitos Humanos (Sedh) promoveu, na tarde desta sexta feira (17), mais uma formação do Workshop Sobre Drogas. Cerca de 100 pessoas estiveram reunidas no auditório do Palácio Fonte Grande, no Centro de Vitória, para assistirem à palestra do delegado de Polícia Civil no Espírito Santo e mestre em Segurança Pública, Fábio Pedroto, que apresentou o tema “Drogas e a atividade policial: a realidade da guerra às drogas na Grande Vitória”.
A abertura do evento contou com a apresentação cultural de Ranielly Senna, convidada pela Subsecretaria de Políticas Sobre Drogas da Sedh, em alusão ao Dia Internacional e Estadual contra a Homofobia, comemorado em 17 de maio. Após a leitura de um poema e da apresentação de dança de Ranielly, o gerente de Políticas Sobre Drogas, Norlen Apefeller, agradeceu a todos presentes e também fez menção à data comemorativa. “A diversidade deve ser entendida e respeitada por todos nós”, ressaltou.
O palestrante trouxe, na ocasião, o contexto histórico de um tema que ainda é considerado atual. Com bastante experiência na área, Fábio Pedroto apresentou a questão das drogas por meio da perspectiva do olhar do delegado de polícia:
"Trouxe aqui um recorte da minha dissertação de mestrado e que, futuramente, se transformará num livro. Nesta pesquisa, tive a oportunidade de entrevistar vários colegas de profissão, fazendo um mergulho etnográfico dentro dessa categoria, com todas as vantagens e desvantagens de ser um delegado de polícia”, contou. “Estou aqui para quebrar paradigmas, o que acho ser muito importante”, completou.
Ele fez ainda um breve contexto histórico, dizendo que a política proibicionista começou fortemente no século XIX nos Estados Unidos e se expandiu no século XX por vários países. “Esta mudança repressiva, no sentido de agravar a punibilidade daqueles que se envolvem com drogas, se intensificou com o tempo. Para a proibição das drogas, apontamos a motivação política externa, interna, o moralismo, a religiosidade exacerbada, o puritanismo, as questões sociais, entre outras”, destacou o palestrante.
Elias Ferreira Nunes, membro de comunidade terapêutica, parabenizou a iniciativa da Sedh em promover este tipo de debate. “As informações aqui passadas aumentam nosso conhecimento, o que é ótimo, já que trabalhamos com a temática no dia a dia. O fato de abrir para perguntas ao final da palestra, oportuniza levantar outras questões e agrega ainda mais nesse trabalho”, opinou.
Já Margarida Adeodato dos Santos, gestora de comunidade terapêutica, também elogiou a palestra. “Ele fala com muita sinceridade sobre o tema, o que nos permite conseguir caracterizar quem são as pessoas que são o nosso público e o que podemos fazer para ajudar a mudar a realidade delas”, ressaltou.
Pedro Paulo Lube Junior, que também é gestor de comunidade terapêutica, afirma que os temas das palestras do Workshop agregam experiências. “Os cursos têm trazido profissionais de alto nível de conhecimento, o que nos ajuda no processo do tratamento dos dependentes químicos que atendemos”, disse.
Além de representantes de comunidades terapêuticas, estiveram presentes servidores de diversos órgãos do Governo do Estado e também de organizações da sociedade civil.
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