29/09/2016 14h41 - Atualizado em 29/09/2016 14h43

Dia de campo discute o aproveitamento da água residuária do café

A propriedade do cafeicultor Laerte da Silva em Venda Nova do Imigrante foi, pela segunda vez, cenário de transferência de tecnologias, sustentabilidade e agregação de valor. Mais de 35 produtores e técnicos do município participaram do Dia de Campo sobre “Uso Sustentável de recursos hídricos e aproveitamento agrícola da água do despolpamento do café”.

O evento foi realizado numa parceria entre o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV).

“Esta família é beneficiária no Contrato de ATER Sustentabilidade. Ofertamos a ela e aos demais beneficiários toda assistência técnica necessária, com intuito de avançar cada vez mais rumo à melhoria na qualidade de vida, o que se percebe nitidamente que vem acontecendo na vida da família do seu Laerte. Os participantes puderam acompanhar e comprovar os avanços de acordo com a realidade da propriedade dele, que hoje se enquadra como uma socioambientalmente pronta para ser certificada”, frisou Evaldo de Paula, chefe do escritório do Incaper em Venda Nova do Imigrante.

 

Estações técnicas

 

O Dia de Campo foi dividido em três estações técnicas. A primeira, apresentada pelo professor Juarez de Souza e Silva, abordou o tema “Processamento de café pelo agricultor familiar”. “Ele enfatizou a necessidade de produtores e técnicos estarem atentos às tecnologias disponíveis que atendem às necessidades dos arranjos produtivos, buscar empregar as metodologias simples e de baixo custo e sempre, usar ao máximo os recursos locais, materiais e humanos”, disse Evaldo.

A “Disposição da água do processamento de café no solo” foi o tema tratado pelo pesquisador da Embrapa, Sammy Fernandes Soares, que “enfatizou a necessidade de uniformizarmos as interpretações da legislação em vigor visando ao melhor aproveitamento das características orgânicas e inorgânicas contidas na água do processamento”, pontuou o chefe do Incaper em Venda Nova do Imigrante.

O professor do Ifes Aldemar Polonini Moreli tratou o “Aproveitamento agrícola da água do processamento de café”. “Ele explicou aos participantes que o próprio produtor pode construir uma unidade de processamento, adquirindo apenas um descascador de café, diminuindo os custos do investimento. Informou também sobre o método correto de reúso e recirculação da água utilizada no processamento. Disse que a água do processamento não interfere na qualidade do café e que os produtores devem empregar as técnicas de processamento, secagem e armazenagem para obterem um produto de excelência”, acrescentou Evaldo.

Depois das apresentações, os participantes visitaram a unidade de processamento (UP) da propriedade e receberam orientações sobre o manejo correto do lavador e despolpador de café. Por fim, os produtores voltaram para as lavouras de café e frutíferas e comprovaram os benefícios econômicos obtidos com o emprego da fertirrigação na cultura do café.

 

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