10/10/2016 14h44 - Atualizado em 10/10/2016 14h46

Hospital Estadual Dr. Jayme confirma vocação para ensino e pesquisa

O Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, tem uma forte vocação para o ensino e para a pesquisa. O recente estudo que comprovou a eficácia de próteses de polímero de mamona na reconstrução de ossos da face foi realizado lá e confirmou mais uma vez esse potencial da instituição. A pesquisa levou dois anos para ser construída, reconhecida e ganhar as páginas de uma das melhores publicações mundiais da área da cirurgia bucomaxilofacial, o Journal of Cranio-Maxillo-Facial Surgery.

O estudo foi realizado como tese de doutorado do cirurgião bucomaxilofacial Renato Marano, que concluiu o curso em setembro na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo. Ele diz que propôs à Unicamp que a pesquisa fosse desenvolvida no Hospital Estadual Dr. Jayme por ser a instituição capixaba uma importante referência no atendimento de vítimas de trauma. Ele conta que a direção do hospital foi extremamente receptiva à pesquisa e levou a solicitação para o Comitê de Ética da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que aprovou a realização do estudo.

“Para se fazer uma pesquisa desse porte depende de muita gente. Contei com o setor de Ambulatório para controlar o retorno dos pacientes com 30, 60 e 90 dias após a cirurgia. Além disso, a pesquisa foi realizada com o auxílio da equipe de Oftalmologia do próprio hospital. As pesquisas feitas com humanos são as mais difíceis e requerem envolvimento de muitas áreas, além de do apoio de todo o hospital. Também contamos com a colaboração dos pacientes e nenhuma das pessoas que abordamos se negou a participar do estudo”, contextualizou Marano.

Para o diretor técnico do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, Eric Teixeira Gaigher, a participação do corpo clínico em atividades externas demonstra a aptidão da instituição para ensino e pesquisa.  “Realizar uma tese de doutorado tendo como base a instituição, publicar esse estudo em uma das melhores revistas da especialidade e dividir o conhecimento é tudo o que as instituições precisam. Profissionais capacitados e engajados na produção de conteúdo e de informação confirmam a vocação do Hospital Estadual Dr. Jayme em prestar assistência qualificada e trabalhar com ensino e pesquisa”, salientou o diretor.

 

A pesquisa

 

O cirurgião bucomaxilofacial Renato Marano explica que quando um osso da perna ou do braço se quebra, coloca-se parafuso para fixá-lo. Nos ossos ao redor do olho não é possível fazer isso porque os ossos são muito finos. Parte-se, então, para outras opções. “É possível usar osso da cabeça, da bacia ou um material sintético, ou seja, produzido pela indústria. O problema de usar o osso do próprio paciente, apesar de ser uma excelente opção do ponto de vista biológico, é que seria necessário fazer duas cirurgias, uma para tirar o osso e outra para colocar o osso, e isso dobra o risco de complicação, além de o paciente ficar com duas cicatrizes”, detalha.

 

Os materiais sintéticos mais utilizados disponíveis atualmente no mercado para esse tipo de cirurgia são a tela de titânio e o polietileno de alta densidade, e foi com esses dois materiais, já amplamente estudados, que Marano comparou a prótese de polímero de mamona, que ainda não havia sido usada em pesquisas de cirurgias nessa parte do corpo. A pesquisa teve início no final de 2014 e reuniu, ao todo, 64 pacientes que deram entrada no Hospital Estadual Dr. Jayme apresentando fratura da cavidade orbitária e necessitando de reconstrução da parede óssea. Todos que participaram da pesquisa foram convidados a contribuir com o estudo e assinaram um termo de autorização.

A realização do estudo demandou um trabalho multidisciplinar, mas não gerou custos para o hospital. Primeiro, o paciente era avaliado pela equipe de cirurgia bucomaxilofacial e encaminhado para o serviço de Oftalmologia, que fornecia pareceres da situação do globo ocular dos pacientes. Em seguida, o paciente era submetido à cirurgia de reconstrução da cavidade orbitária. Segundo Marano, nos três primeiros meses pós-cirurgia o paciente era acompanhado no ambulatório por ele e, no terceiro mês, era reavaliado pela Oftalmologia.

 

Continuação

 

E a pesquisa não para por aí. Um novo estudo já foi iniciado. Desta vez, os alunos da Multivix, sob a orientação do professor doutor Renato Marano, estão buscando os pacientes que deram entrada no Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves desde a abertura da unidade até junho de 2016 com lesões na face para identificar as principais causas dessas fraturas.

“Com a finalização da primeira pesquisa restou uma dúvida: qual a principal causa de fraturas na cavidade orbitária e das demais fraturas faciais? Esse próximo estudo pretende servir de alerta às pessoas e, quem sabe, embasar campanhas de conscientização do Governo do Estado”, finalizou o cirurgião bucomaxilofacial Renato Marano.

 

 

 

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