10/10/2015 11h00 - Atualizado em 11/08/2016 16h33

Notaer e Bombeiros atuam em áreas afetadas pela enchente de lama

As equipes do Núcleo de Operações de Transporte Aéreo (Notaer) estão, desde o último sábado (07), auxiliando nas ações de mapeamento dos possíveis locais de risco e também no monitoramento da chegada dos rejeitos da lama da barragem da Samarco aos municípios capixabas de Baixo Guandu, Colatina e Linhares. Neste período, trinta e seis capixabas foram orientados a sair das margens do rio Doce, evitando, assim, a possibilidade de vítimas em solo capixaba. 

Os militares estão de prontidão em um posto de comando montado próximo ao Estádio Justiniano de Mello e Silva, no município de Colatina, apoiando as ações da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh); das secretarias de Estado para Assuntos do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama); de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb); da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag); e da Defesa Civil Municipal e Estadual. Dentre as ações, estão os sobrevoos, que já foram efetuados por toda a extensão do Rio Doce, desde Baixo Guandu até Regência, em Linhares, para monitorar e dar apoio à população. “Durante as ações, abordamos pessoas que se encontravam nas regiões ribeirinhas para informar dessa possível situação de perigo e alertar para que elas se afastem e se previnam em relação a essa lama que está vindo pelo Rio Doce”, explicou o capitão Cristian Amorim.

De acordo com o major Daniel Quintela, as equipes do Notaer ficarão no local por tempo indeterminado. “Estamos em alerta. Se houver necessidade de resgate quando a lama chegar ao Estado, estaremos preparados com os nossos equipamentos de segurança, cesto e rapel”.

 

Trabalhos nesta terça-feira (10)

Em conjunto com a Defesa Civil, a equipe já realizou três sobrevoos nesta terça-feira (10) e a previsão é a fazer de mais um sobrevoo, para monitoramento de como esta a chegada desta lama. As informações são repassadas para o posto do comando da Defesa Civil em Colatina e para Vitória. 

Os trabalhos da equipe começam cedo em Colatina, com um briefing da Defesa Civil com as demandas mais urgentes e se desenvolvem no decorrer do dia, visando minimizar os possíveis estragos desta lama. “O Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (Notaer), composto por profissionais da Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros, e está sempre disponível para atuar nessas ocasiões de catástrofes, disse o Capitão Cristian.

Bombeiros e cães estão em Mariana

Uma equipe K9 de operações com cães do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo chegou, na última segunda-feira (09), ao município de Mariana, Minas Gerais, e já começou o trabalho de buscas por desaparecidos na cidade mineira. A equipe é especializada neste tipo de trabalho e está atuando no reforço ao efetivo do Corpo de Bombeiros de Mariana, que conta no momento com dois cães. Segundo o tenente Felipe Mello, que comanda a equipe capixaba na cidade mineira, o trabalho é muito arriscado, pois a lama limita o deslocamento e está impedindo a detecção do odor das vítimas pelos cães. Os animais indicaram alguns pontos, mas ainda é muito difícil remover a lama para vasculhar o local indicado, finalizou o tenente.

 

Governador e ministro sobrevoam Rio Doce

Ainda nesta terça-feira (10), antes de participarem da solenidade deentrega de 1.004 unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida no município de São Mateus, Região Norte do Estado,  o governador Paulo Hartung e o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, sobrevoaram o Rio Doce para acompanhar os trabalhos que estão sendo realizados na região.

"Estamos monitorando os acontecimentos no Rio Doce com toda nossa estrutura em alerta para auxiliar nas ações que forem necessárias. No Espírito Santo, em diálogo constante com o Governo do Estado e profissionais que estão trabalhando neste episódio", disse o ministro.

 

 Dilma acompanha situação no Estado

A cerimônia de entrega das  unidades habitacionais em São Mateus foi realizada  em transmissão simultânea com a entrega  feita em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, onde participou a presidente Dilma Rousseff.

Durante a transmissão, Hartung relatou para a presidente as dificuldades enfrentadas pelo Governo do Estado com a crise hídrica e rompimento das barragens em Mariana, em Minas Gerais. "Presidente, estamos vivendo um momento desafiador no Espírito Santo, com uma crise hídrica prolongada e, agora, agravada na região do Rio Doce capixaba com a chegada da onda [lama] vinda de um desastre triste e lamentável de impacto humano e ambiental de grandes proporções", relatou o governador.

Já a presidente Dilma disse que  acompanha  e monitora a chegada da lama de rejeitos no território capixaba. "Eu queria falar com o povo do Espírito Santo, estamos extremamente preocupados porque duas barragens se abriram no Estado de Minas e uma onda de água com lama está chegando pelo Rio Doce. Temos hoje que olhar a situação do Espírito Santo e o Governo Federal se coloca inteiramente à disposição. Já estivemos na região de Minas Gerais e vamos acompanhar a situação lá no Espírito Santo", disse a presidente.

 

Secretário alerta pescadores sobre riscos da lama

Os cuidados no uso e consumo das águas do Rio Doce após a passagem da lama de rejeito que atinge o rio foram discutidos em uma reunião realizada, na manhã desta terça-feira (10), entre o secretário de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, João Coser, e o prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros, com pescadores de Baixo Guandu e Aimorés (MG).

Os pescadores relataram suas preocupações quanto à qualidade da água, o período que ficarão sem poder pescar e quem vai arcar com seus prejuízos.

O prefeito Neto Barros destacou que o primeiro impacto da onda de lama em Baixo Guandu será a paralisação da captação da água. "Não se sabe a qualidade da água que está chegando.  Por onde a onda de lama está passando está causando muitos danos, principalmente ambientais e isso afeta os que vivem da pesca do rio".  O prefeito colocou a Prefeitura à disposição dos pescadores e pediu a união deles para tentar minimizar ao máximo os prejuízos.

O secretário João Coser afirmou que o Governo do Espírito Santo está trabalhando para minimizar ao máximo os impactos para a vida da população. Mas, ressaltou que os pescadores devem estar atentos aos riscos relacionados ao consumo da água ou seu manuseio antes dos resultados das análises laboratoriais. "Sabemos que vocês dependem do rio para sobreviver, mas pedimos que tenham muito cuidado."

O secretário reforçou que o Governo do Estado não está medindo esforços para dar a assistência que a população precisa neste momento. "Estamos aqui com as esquipes da Defesa Civil Estadual, com técnicos do Iema, além de secretários e o próprio governador Paulo Hartung, que já sobrevoou a região e esteve ontem em Colatina, monitorando a chegada da onda  e atuando para que ela passe deixando o menor impacto possível.

 

 

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