23/01/2016 09h00 - Atualizado em 18/07/2016 15h19

Parar de fumar: promessa que pode se tornar realidade

Parar de fumar ainda neste ano deve estar entre os planos de muitas pessoas. Para quem tem pensado nessa possibilidade, a Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa) orienta que o primeiro passo para deixar o tabagismo é querer parar de fumar. Depois de 37 anos fumando, a funcionária pública Rosemary Gonçalves Santos, 52, conseguiu superar o vício e, em abril, pretende comemorar um ano sem cigarro.

Rosemary conta que acordava duas vezes na madrugada para fumar, e entre meia-noite e nove horas já havia fumado cinco cigarros. “Levei cinco meses para parar de fumar. No final, passei dois meses fumando apenas dois cigarros à tarde”, relata. Ela recorda que fumou durante as duas gestações e ao longo de toda a vida dos filhos, hoje adultos e nada simpatizantes do vício.

“Eduquei meus filhos ensinando que droga não é bom, e eles sempre reclamaram do cigarro. Quando eles me questionaram sobre o que eu estava fazendo da minha vida, isso me levou a repensar tudo e serviu de motivação para mim. A religião também me ajudou e ainda ajuda. Quando você reconhece que tem que trazer para sua vida o que é bom, aí você consegue. Porque o cigarro não acrescenta nada de bom”, analisa Rosemary.

Há muitos anos, tantos que nem lembra mais quantos, a funcionária pública participou de um programa de combate ao tabagismo ofertado na rede municipal de saúde. Acompanhada por profissionais, ficou 30 dias sem fumar, mas acabou voltando ao vício. Apesar de ter desistido na época, Rosemary recomenda o serviço e conta que para parar de fumar sozinha ela usou algumas técnicas que aprendeu no programa, como diminuir a quantidade de cigarros gradativamente, beber água quando bate a vontade de fumar e marcar uma data para deixar definitivamente o cigarro.

“Por causa do programa, cheguei à conclusão de que eu tinha capacidade de parar de fumar. Se fiquei 30 dias sem fumar, então eu poderia conseguir ficar mais tempo. Hoje eu ainda penso no cigarro, especialmente em momentos de maior estresse, mas digo para mim mesma todos os dias: ‘não pegue o primeiro cigarro’, porque eu sei que se eu pegar eu vou perder tudo o que eu conquistei”, acrescenta a funcionária pública, que encontrou apoio também num grupo de ex-fumantes em uma rede social.

O fumante pode precisar de ajuda

Há duas formas de parar de fumar: a imediata, em que a pessoa decide parar e para, e a gradual, em que a quantidade de cigarros vai sendo diminuída até cessar completamente. “Dependendo do número de cigarros que a pessoa fuma, pode ser mais difícil parar imediatamente, e talvez ela precise de ajuda. Mas cada um encontra sua maneira. O importante é que a pessoa se conheça e entenda o que a leva a fumar”, diz a coordenadora do Programa Estadual de Tabagismo da Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo, Hararrija Diório.

De acordo com a coordenadora, nos programas de combate ao tabagismo oferecidos na rede municipal de saúde é utilizada a terapia cognitivo-comportamental, que consiste em ajudar o fumante a entender o que o leva a fumar, a aprender a controlar os momentos de fissura e a mudar de comportamento para evitar recaída. “Chupar gelo, beber água, mastigar canudinho de cenoura ou manter as mãos ocupadas com um elástico ou com uma caneta, por exemplo, ajuda a distrair. Geralmente, a vontade passa em cinco minutos”, diz Hararrija.

De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Combate ao Tabagismo, a nicotina chega ao cérebro entre sete e dez segundos após ser absorvida pelo organismo, por isso o fumante tem a sensação imediata de prazer, o que torna o cigarro tão viciante quanto qualquer outra droga. Ela ressalta que as estatísticas mundiais indicam que apenas 3% dos fumantes conseguem abandonar o cigarro sem a ajuda de medicamentos ou de suporte emocional, por isso, ressalta Hararrija, a máxima para quem conseguiu vencer o vício e para quem nunca fumou deve ser: evitando o primeiro cigarro, evitam-se os outros.

Muitos já conseguiram

Como confirmam as estatísticas, parar de fumar é difícil mesmo, mas muitos conseguem deixar o vício, como a funcionária pública Rosemary Gonçalves Santos, e passam a ter uma vida com saúde. Dados parciais compilados pela Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo revelam que 1.984 fumantes ingressaram nos programas municipais de combate ao tabagismo no ano passado. Desses, 911 (45,9%) conseguiram deixar o cigarro. As informações, referentes ao período de janeiro a setembro, mostram ainda que 707 (35,6%) pessoas abandonaram o tratamento, enquanto 1.277 (64,4%) concluíram os quatro encontros do programa.

“As 911 pessoas que pararam de fumar representam 71% das que concluíram o tratamento. Essa informação é relevante porque mostra como é importante ir até o fim. Os encontros do programa de combate ao tabagismo são semelhantes aos dos alcoólicos anônimos. Muitas vezes o fumante acha que ele está sozinho com seu problema, mas no grupo ele ouve histórias muito parecidas com a dele. É uma terapia de grupo e um acaba ajudando o outro”, conclui a coordenadora do Programa Estadual de Combate ao Tabagismo.

 

Municípios com tratamento para fumantes

 

- Afonso Cláudio

- Alegre

- Alfredo Chaves

- Anchieta

- Apiacá

- Atílio Vivácqua

- Baixo Guandu

- Bom Jesus do Norte

- Brejetuba

- Cachoeiro de Itapemirim

- Cariacica

- Castelo

- Conceição do Castelo

- Colatina

- Domingos Martins

- Fundão

- Governador Lindenberg

- Guarapari

- Guaçuí

- Ibitirama

- Ibiraçu

- Iconha

- Irupi

- Iúna

- Itaguaçu

- Itapemirim

- Jerônimo Monteiro

- Laranja da Terra

- Linhares

- Mantenópolis

- Marataízes

- Marechal Floriano

- Marilândia

- Mimoso do Sul

- Montanha

- Muniz Freire

- Muqui

- Nova Venécia

- Piúma

- Presidente Kennedy

- Rio Novo do Sul

- Santa Maria de Jetibá

- Santa Teresa

- São Gabriel da Palha

- São Mateus

- São Roque do Canaã

- Serra

- Sooretama

- Venda Nova do Imigrante

- Viana

- Vila Velha

- Vitória

 

 

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Texto: Juliana Rodrigues

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